2 mil geladeiras para áreas de difícil acesso

A previsão é de que sejam implantadas duas mil geladeiras nos Estados da região Norte, à exceção de Tocantins, que não enfrentam problemas no abastecimento de energia elétrica.

A instalação dos equipamentos, que estão sendo adquiridos pelo Ministério da Saúde e Ministério das Minas e Energia, deve acontecer ao longo de três anos. Serão 200 instalações no primeiro ano, 800 no segundo ano e 1 mil no terceiro ano.

Os locais beneficiados com o equipamento estão sendo definidos a partir de critérios de localização (áreas isoladas e de difícil acesso) e número de habitantes (no mínimo 200 pessoas). Além disso, o Ministério da Saúde está considerando as condições energéticas, o que significa prioridade para as localidades que, de acordo com dados do Ministério das Minas e Energia provavelmente irão continuar sem energia elétrica durante os próximos 15 anos.

O assessor regional do Programa de Imunizações da Opas, Peter Carrascos define a implantação do projeto como a mais sistemática e promissora experiência já realizada. Ele explica que países das Américas como Chile, Colômbia, Peru e Equador já implantaram projetos semelhantes, mas de maneira pontual, sem conseguir sair da fase piloto, o mesmo acontecendo no continente africano.

O assessor técnico do PNI, Edson Moura, explica que a utilização das geladeiras nas regiões remotas é a única alternativa viável para que se atinja a meta de 95% de cobertura vacinal, incluindo as áreas indígenas. Ele disse que havendo comunidades que funcionarão como pólos para as moradias isoladas, será viabilizado o acesso da população a todas as vacinas, no tempo ideal, com todas as doses necessárias e que isso terá reflexo positivo no serviço da rede de saúde e na qualidade de vida dos que vivem afastados dos centros urbanos.

A coordenadora estadual do programa de imunização, Izabel Nascimento, explica que chegar até as populações mais distantes é justamente o maior problema na região Norte. Ela diz que as vacinas são conservadas no gelo, mas dependendo do tempo de deslocamento a conservação se torna inviável. Além disso, se o tempo de permanência em cada localidade for de apenas um ou dois dias, não há nenhuma garantia de que toda a população será, de fato, imunizada.

A secretária Leny Passos classifica o projeto como uma excelente iniciativa e ressalta que o Estado estará empenhado em colocá-lo em prática, participando ativamente de todas as etapas necessárias.