Estado recebe segunda doação de córneas

A segunda doação aconteceu depois de receber as córneas do soldador Dionísio Printes de Azevedo, que faleceu no Pronto-Socorro João Lúcio, na última quinta-feira (30).

A doadora tinha problemas pulmonares. A captação do tecido foi feita poucas horas após o falecimento pela equipe do Banco de Olhos, sob a coordenação da diretora da unidade, oftalmologista Cristina Garrido. O material foi levado para análise no Banco, onde será conservado até a conclusão dos exames necessários e posterior liberação para o transplante.

As córneas de Dionísio e Letícia poderão ser transplantadas em quatro pacientes que aguardam na lista única de receptores da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Amazonas (CNCDO-AM), órgão do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. Eles serão identificados a partir dos critérios de prioridade e compatibilidade, definidos pelo Ministério. Cada um receberá uma das córneas e poderá realizar a cirurgia gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em uma das clínicas credenciadas em Manaus para este procedimento. Pelas normas da CNCDO os familiares não são informados sobre a identidade do receptor.

De acordo com Cristina Garrido estão na lista de espera do Amazonas 335 pacientes, adultos e crianças, com perda total ou parcial da visão. “Para essas pessoas a única esperança é o transplante”, diz. Cristina estima que com a intensificação da divulgação com a campanha lançada no último dia 27 pelo Governo do Estado, as pessoas estão compreendendo melhor a importância da doação.

Segundo a diretora, o Banco de Olhos do Amazonas está adequado às normas internacionais de qualidade e segurança e conta com uma equipe formada por dois médicos oftalmologistas e sete técnicos. A unidade funciona 24 horas, para atender as solicitações dos familiares para doação das córneas, o que pode ser feito pela própria família pelo telefone 612-2589 ou por um dos profissionais que fez o atendimento do doador na unidade de saúde. A doação pode ser feita até seis horas depois da morte.

Cristina explica que antes do transplante, as córneas são analisadas, tratadas e preservadas em líquido especial por até 14 dias. A avaliação das condições para transplantes é feita pela equipe levando em conta edemas, dobras, sinais de infecção ou cirurgia prévia. Dentre as condições para o transplante, está a coleta de sangue do cadáver (doador), para exames de hepatite B e C, e HIV. O resultado positivo para um destes testes é considerado contra-indicação absoluta para o transplante. A escolha do paciente que irá receber a córnea atende aos critérios de prioridade e compatibilidade. O paciente deve estar inscrito na Lista Única de Receptores.

Os transplantes podem ser feitos no Estado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de oito profissionais e quatro clínicas de oftalmologia credenciadas pelo Ministério da Saúde para a realização do procedimento.