Estado intensifica campanha de vacinação contra raiva animal

Além da vacinação de cães e gatos, os municípios também farão ações educativas para conscientizar a população da importância de ter os animais com o calendário de vacinação em dia contra a raiva. Desde de 2002, o Amazonas não registra nenhum caso de raiva humana. Manaus não apresenta nenhum óbito desde 1985.

A gerente de controle de zoonoses, médica veterinária Ana Cristina Campos, explica que apesar do sábado ser o dia de referência para a campanha, desde 2003 o Governo adotou outras estratégias para obter a melhor cobertura de vacinação anti-rábica animal. Nove, dos 62 municípios, por exemplo, realizam duas campanhas anuais, uma em cada semestre. “Também é feita a vacinação casa a casa. Temos de adotar medidas diferentes dos outros estados por conta de nossas dificuldades de acesso, por termos municípios que vivem em função da cheia e vazantes dos rios”, explicou Cristina. Os municípios que realizam duas campanhas são Apuí, Autazes, Boca do Acre, Guajará, Humaitá, Ipixuna, Manicoré, Presidente Figueiredo e Tabatinga.

Ainda no primeiro semestre de 2004, 28 municípios, já incluindo os que fazem duas campanhas anuais, realizaram vacinação de seus cães e gatos. A meta para estes municípios era de 60.870 cães e 21.522 gatos. O Ministério da Saúde preconiza a cobertura mínima de 80% da população de cães e o mesmo número de gatos vacinados em campanha anterior. No primeiro semestre foram vacinados 62.271 cães, 102% da meta, e 20.427 gatos. Neste segundo semestre 43 municípios estarão vacinando os animais.

No Amazonas a meta de vacinação contra a raiva é de 271.222 cães e de 87.141 gatos. Até o início de setembro foram vacinados 51% da população destes animais. “A vacinação de cães e gatos contra a raiva será intensificada neste sábado, porém deve se estender até o final de outubro e no início de novembro estaremos com o resultado final”, explica a veterinária Cristina.

Raiva – A raiva é uma doença que pode matar. Atinge animais mamíferos e o homem. Causada por um vírus, é transmitida pela saliva do animal raivoso, através de mordidas, arranhadura e lambedura de pele lesada ou mucosa. Na cidade, o cão é o maior transmissor da raiva aos homens e a outros animais, especialmente os que ficam soltos pelas ruas, que são chamados de animais errantes. A vacinação anti-rábica animal deve ser feita uma vez ao ano e é a única maneira de proteger o animal contra a raiva. Além dos gatos e cães, a raiva também pode ser transmitida por morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue). As agressões por morcegos, em geral, ocorrem nas áreas rurais.

Os sintomas mais comuns da raiva nos animais são mudança de comportamento (agressividade ou tristeza), salivação (muita baba), dificuldade para engolir, parecendo o animal estar engasgado, mudança de hábitos alimentares e pode apresentar paralisia das patas traseiras. Além disso, no cão o latido se torna diferente do normal, parecendo com “uivo rouco”, e os morcegos, com a mudança de hábito podem apresentar vôos noturnos.

A gerente de controle de zoonoses da Susam, Ana Cristina explica que hoje o programa de raiva está descentralizado. “São 31 postos espalhados na cidade para atendimento. A pessoa que for agredida por algum animal deve procurar imediamente o posto de saúde mais próximo de sua residência”, disse. “O ferimento deve ser lavado com bastante água e sabão e ao iniciar o tratamento com a vacina anti-rábica humana, nunca deve abandonar o tratamento”, ressalta Ana Cristina. O tratamento consiste em cinco doses da vacina contra a raiva, aplicadas no período de 28 dias.

DICAS:
– Não deixe seu cão solto nas ruas;
– Vacine seu cão e gato uma vez por ano. É única maneira de proteger o animal contra a raiva;
– A pessoa que for agredida por algum animal, deve procurar imediatamente o Posto de Saúde mais próximo de sua casa;
– O ferimento deve ser lavado imediamente com bastante água e sabão;
– Ao iniciar o tratamento com a vacina anti-rábica humana, nunca o abandone;
– Em caso de agressão por cão ou gato, não sacrifique o animal, pois ele deverá permanecer em observação por 10 dias.