Secretarias de saúde investigam pneumonia eosinofílica
Os casos, atendidos em diversas unidades de saúde, estão sendo revistos para confirmação do diagnóstico e identificação dos possíveis agentes causadores.
Desde 2001, quando ocorreram os primeiros registros, o Governo do Estado e o Ministério da Saúde vêm tentando descobrir as causas da doença, que tem característica alérgica. A expectativa da Secretaria é de que, ao investigar o maior número de casos, se chegue a uma conclusão.
De acordo com a Susam, as ocorrências de pneumonite eosinofílica concentram-se sempre entre os meses de junho e julho. Em 2001, foram 111 casos confirmados, em 2002, 25. Em 2003, foram registrados 25 casos também confirmados. Este ano, 2004, até o início dos trabalhos de investigação e busca ativa de casos, haviam sido notificados 91 pacientes com suspeita da doença, sendo quatro da mesma família. Até hoje nenhum paciente morreu e a grande maioria dos casos evolui sem complicações. Dos 91 casos, 51 estão classificados como suspeitos, 22 como prováveis e 11 confirmados. A última notificação da doença foi se deu no dia 2 de julho.
O Departamento de Vigilância em Saúde da Susam esclarece que as formas de manifestação e evolução da doença estão claras. Os especialistas acreditam que o fator desencadeante seja alérgico e que a causa posa estar em agentes biológicos até o momento não identificados, ou em contaminantes ambientais.
Nos anos anteriores, os técnicos levantaram várias suspeitas e solicitaram exames de todos os laboratórios de referência nacional, encaminhando amostras também para os Estados Unidos na tentativa de diagnosticar doenças que apresentam sintomas semelhantes. Todas foram descartadas e nenhum dos possíveis agentes causadores – bactérias, vírus, fungos ou protozoários – foi isolado ou identificado.
Os sintomas da pneumonia atípica, caracterizada como pneumonia eosinofílica, por provocar o aumento de células brancas chamadas eosinófilos, são tosse seca, febre, dor de cabeça, dispinéia (falta de ar), cansaço e dores musculares. A doença evolui dentro de quatro ou cinco dias e, se tratada corretamente, não agrava. Alguns casos necessitam de internação, mas raramente é necessária a transferência para uma UTI. O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos, na análise de Raio X e em exames laboratoriais que apontam principalmente para uma quantidade elevada de células brancas (leucócitos e eosinófilos).
Em 2001, de acordo com a Susam, levantou-se a possibilidade de que a pneumonia estivesse sendo causada por algum componente do inseticida aplicado para dengue. Foram feitos testes em laboratório, utilizando ratos como cobaias e apesar dos animais terem reagido aos componentes químicos do inseticida, a relação direta dos produtos com a doença foi mantida, já que nenhum dos agentes que fazem borrifação apresentou a doença.
Para o tratamento da pneumonia atípica são utilizados medicamentos para controle dos sintomas, o que inclui corticóides, dependendo do caso.
Sintomas da Pneumonia Atípica (eosinofílica)
Febre e tosse, acompanhada de:
Dispinéia (falta de ar)
Calafrios
Cansaço
Dores musculares
Dor torácica