Malária – Susam solicita correção de dados ao MS
O diretor de Vigilância em Saúde da Susam, Evandro Melo, que participou do evento, mostrou que o crescimento da doença foi de 11,2% em todo o Estado, com queda de 10% na capital, onde concentram-se quase 40% do total de casos. O período de referência é janeiro a maio deste ano. O Ministério divulgou um crescimento de 17,4% neste período, quando os casos em toda a Amazônia Legal teriam subido 26%.
De acordo com Evandro os dados utilizados para os cálculos do Amazonas foram os de local de notificação e não de infecção, como deve ocorrer. “Identificamos, tratamos e registramos casos de pacientes que foram infectados em outros estados e em países como Peru e Colômbia e estes foram contabilizados como sendo do Estado”, esclarece.
Durante a reunião em Brasília, o diretor divulgou que 94% das ocorrências da malária no Amazonas estão concentradas em 20 municípios. Em cinco deles – Tapauá, Tefé, Manaus, Coari e Atalaia do Norte – a doença regrediu em 2004. A queda no número de casos variou de 10% (Manaus) a 33% (Coari). Em outros 10 municípios (Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Iranduba, Guajará, Barcelos, Novo Airão, Manacapuru, Lábrea e Careiro) os números cresceram nos primeiros três meses em relação ao ano passado, mas começaram a cair no mês de abril, com índices variando de 17,5% (Rio Preto da Eva) a 65% (Barcelos). Em apenas cinco municípios – Autazes, Boca do Acre, Canutama, Humaitá e São Gabriel da Cachoeira – não houve redução significativa de casos durante os primeiros meses do ano.
O diretor disse que o Ministério da Saúde considerou pertinente a solicitação de revisão dos números e irá corrigi-los.
CONTROLE – O diretor de Vigilância em Saúde da Susam, Evandro Melo, destacou que o Governo do Estado está atuando junto aos 20 municípios prioritários para o controle da doença. No início do ano, sete deles receberam visitas dos técnicos da capital e do Ministério para diagnóstico e definição de planos de ação. “Esses planos estão sendo reavaliados e as ações, redefinidas, de acordo com os resultados já alcançados”. Em junho, os planos começaram a ser densenvolvidos com os Entre os demais municípios. “Estamos trabalhando até com os já certificados em Epidemiologia e Controle de Doenças, responsáveis pelas ações de endemias. A intenção é reforçar as ações e coordenar a execução”, explica.
O trabalho contempla o controle do mosquito transmissor nas formas adulta e larvária, a atenção aos doentes com distribuição dos medicamentos e acompanhamento do tratamento, e, ainda, a prevenção da doença, por meio de ações educativas. No primeiro semestre, a Susam já havia contemplado sete dos 20 municípios. Segundo Evandro, com estes, aos. Ele diz que a estratégia de dar suporte e acompanhar as ações, com visitas periódicas a cada município, vem garantindo a queda no número de casos. De acordo com o diretor, o desafio agora é manter o s índices de queda mesmo no período de maior pico da doença, entre os meses de julho e outubro.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária, do Ministério da Saúde, José Ladislau, que esteve em Manaus em junho, avaliou como bem-sucedidas as ações do Governo do Estado para reduzir a malária no Amazonas. O Estado permanece como o segundo no ranking de casos de malária no país, atrás de Rondônia, mas é um dos que vem apresentando os melhores resultados em redução.
De acordo com o coordenador, no mês de março a malária subiu em todo o país e a redução geral de casos, com relação ao ano passado, ocorreu somente em três estados: Mato Grosso, Tocantins e Pará. Segundo ele, neste ano devem ser investidos cerca de R$ 20 milhões no programa de malária na região Amazônica, dos quais R$ 7 milhões no Amazonas.