Susam em alerta contra Hepatite A e Pneumonia Atípica
As notas também foram enviadas para o município de Parintins que, or conta do 39º Festival Folclórico, está recebendo uma grande quantidade de visitantes de Manaus e de outros Estados.
Os documentos foram elaborados na última sexta-feira pelas equipes de Vigilância em Saúde da rede municipal e estadual e fazem parte das estratégias de investigação e prevenção de ocorrência das duas doenças. Os profissionais estão sendo orientados quanto à identificação de casos suspeitos e à aplicação de um protocolo específico para o tratamento. Os casos de hepatite A devem ser acompanhados nos centros de saúde e os de pneumonia nas unidades de urgência e emergência.
Manaus registrou aumento no número de casos de hepatite do tipo A em relação ao ano passado e alguns pacientes com suspeita de pneumonia atípica foram atendidos nos últimos dias na rede de urgência – dois casos no Pronto-Socorro 28 de Agosto, sete na Fundação de Medicina Tropical e cinco no SPA Alvorada.
“Em nenhum dos dois casos há epidemia”, garante a secretária estadual de saúde, Leny Passos. “Estamos atentos e agindo no sentido de prevenir a doença e garantir atendimento adequado, quando necessário”. Ela também tranqüiliza a população quanto a forma de transmissão da pneumonia atípica. “A doença não é passada de pessoa para pessoa e por isso não há riscos no contato direto com o paciente”.
Não é a primeira vez que são notificadas suspeitas de pneumonia atípica em Manaus. As ocorrências concentram-se sempre entre os meses de junho e julho. Em 2003, foram registrados 58 casos suspeitos. Em 2002, foram 50 e em 2001, 140. Nenhum paciente morreu. De acordo com a secretária, técnicos da Susam e da Fundação de Medicina Tropical, em parceria com o Centro Nacional de Epidemiologia (Cenep), do Ministério da Saúde, vêm tentando identificar o agente causador desta pneumonia. “Já estamos solicitando ao Ministério que envie novamente seus técnicos para novas investigações”.
Leny Passos explicou que as formas de manifestação e evolução da doença estão claras. Os especialistas acreditam que o fator desencadeante seja alérgico. “A causa pode estar em agentes biológicos até o momento não identificados, ou em contaminantes ambientais”, disse.
O diretor de Vigilância em Saúde da Susam, Evandro Melo, diz que mesmo não surgindo novos casos, as investigações serão retomadas. Há quatro pessoas da mesma família, atendidas na FMT, que também tiveram a pneumonia atípica em 2002. “Se isto ocorreu, é porque foram expostos ao mesmo agente, provavelmente no mesmo local”.
Nos anos anteriores, os técnicos levantaram várias suspeitas e solicitaram exames de todos os laboratórios de referência nacional, encaminhando amostras também para os Estados Unidos na tentativa de diagnosticar doenças que apresentam sintomas semelhantes. Todas foram descartadas e nenhum dos possíveis agentes causadores – bactérias, vírus, fungos ou protozoários – foi isolado ou identificado.
Os sintomas da pneumonia atípica, caracterizada como pneumonia eosinofílica, por provocar o aumento de células brancas chamadas eosinófilos, são tosse seca, febre, dor de cabeça, dispinéia (falta de ar), cansaço e dores musculares. A doença evolui dentro de quatro ou cinco dias e, se tratada corretamente, não agrava. Alguns casos necessitam de internação, mas raramente é necessária a transferência para uma UTI. O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos, na análise de Raio X e em exames laboratoriais que apontam principalmente para uma quantidade elevada de células brancas (leucócitos e eosinófilos). “Pessoas com os sintomas iniciais da pneumonia devem procurar uma unidade de urgência”, recomenda.
Em 2001, de acordo com a secretária, levantou-se a possibilidade de que a pneumonia estivesse sendo causada por algum componente do inseticida aplicado para dengue. Foram feitos testes em laboratório, utilizando ratos como cobaias e apesar dos animais terem reagido aos componentes químicos do inseticida, a relação direta dos produtos com a doença não foi mantida, já que nenhum dos agentes que fazem borrifação apresentou a doença.
Para o tratamento da pneumonia atípica são utilizados medicamentos para controle dos sintomas, o que inclui corticóides, dependendo do caso.
SINTOMAS DA PNEUMONIA ATÍPICA (eosinofílica)
Febre e tosse, acompanhada de:
Dispinéia (falta de ar)
Calafrios
Cansaço
Dores musculares
Dor torácica
LOCAIS DE ATENDIMENTO
Unidades de Urgência e Emergência