Estado registra queda expressiva de malária no início de abril
Os dados também mostram que a redução é de 900 casos em relação ao mesmo período de 2003. De acordo com a secretária estadual de saúde, Leny Passos, os números confirmam a tendência de queda da doença em Manaus e são resultado das novas estratégias utilizadas pelo Governo do Estado para combater a transmissão da malária na capital e nos municípios do interior.
Desde o início de abril a Susam vem realizando ações integradas para controlar a densidade do mosquito transmissor nas áreas de maior risco. Termonebulização (fumacê), borrifação intradomiciliar e aplicação de biolarvicida nas margens de rios, igarapés e locais de água parada vem sendo feitos simultaneamente. A ação, que conta com mais de 70 agentes de endemias e 80 soldados do Exército, está concentrada principalmente nas áreas de invasão, assentamentos e zona rural, além das localidades onde o índice da doença é mais elevado, como Tarumã, Puraquequara, Nova Vitória e ramais das estradas BR 174 e AM 010.
Leny Passos diz que a expectativa da Susam é que os números continuem em queda, já que a tendência vem se mantendo há quatro semanas. Ela ressalta que para isso o Governo do Estado está utilizando todas as armas disponíveis, e chama a atenção para a importância da participação da população, que deve tomar os cuidados para prevenção e controle da doença.
A secretária destaca o uso de mosquiteiros, telas e repelentes para evitar o contato com o mosquito e a suspensão de banhos de igarapé no horário de risco (das 17h às 6h). Ela diz que ao surgirem os primeiros sintomas da doença (febre, calafrios, dor de cabeça e suor intenso) o diagnóstico deve ser feito o mais rápido possível em um dos 84 postos de diagnóstico espalhados pelos bairros. Além disso, Leny alerta para a conclusão do tratamento. Conforme dados da Susam até 30% dos doentes deixam de tomar a medicação após o desaparecimento dos sintomas. Isso faz com que a doença volte e que a cadeia de retransmissão continue, já que os mosquitos só se contaminam ao sugar o sangue de uma pessoa infectada.
Leny Passos diz que os cuidados devem ser tomados tanto por moradores quanto por visitantes de áreas de risco. Para lembrar as medidas de prevenção, a Susam está instalando nestes locais placas com informações básicas, contendo o alerta de que aquela é uma área onde há possibilidade de transmissão de malária. A medida vai incentivar os cuidados permanentes, inclusive para os que se deslocam para sítios e balneários nos fins de semana e feriados. A preocupação se baseia também no aumento de casos após os feriados longos, quando muitas pessoas deixam a área urbana.
Interior – Como parte das ações de controle da malária no Estado, a Susam também está visitando os municípios onde o número de casos foi alto em 2003. O objetivo é elaborar, em parceria com as secretarias municipais, planos operativos para reduzir as ocorrência e dar sustentação às ações. Técnicos da Vigilância já estiveram em Manacapuru, Iranduba e Careiro. Durante a próxima semana serão visitados Presidente Figueiredo (segunda-feira), Rio Preto da Eva (terça-feira) e Itacoatiara (quinta-feira).
Estes municípios estão entre os que somam 80% dos casos registrados em 2003 no Estado, sendo que Manaus responde por mais de 50% do total. A secretária Leny Passos diz que a proximidade com a capital favorece a migração da doença e destaca que estas localidades estão expostas às mesmas condições climáticas e ambientais. “A diferença são as invasões que em Manaus acontecem em ritmo intenso e envolvem uma quantidade muito grande de pessoas”.
A secretária anuncia que as ações no interior também estarão ganhando o reforço de veículos e equipamentos que serão repassados pelo Ministério da Saúde ao Governo do Estado. Serão 10 grupos geradores, 50 termonebulizadores portáteis, 180 pulverizadores manuais, 10 veículos tipo pick up, 20 motocicletas, 80 bicicletas, cinco barcos, 18 botes de alumínio e 18 motores de popa. O material será distribuído entre 19 municípios com histórico elevado de malária e entre os que têm potencial epidêmico pelas condições ambientais e entomológicas.