Susam lança campanha de vacinação em Paricatuba

No local, a Secretaria de Saúde do Governo do Amazonas (Susam), em parceria com o Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), está dando início ao projeto Sol Nascente, que vai utilizar geladeiras alimentadas por energia solar para garantir vacinação às populações de locais remotos, de difícil acesso e onde não há fornecimento regular de energia elétrica.

Paricatuba é a comunidade piloto do projeto. Lá, está funcionando a primeira das duas mil geladeiras especiais que serão instaladas na região Norte. O equipamento foi doado pelo Japão e tem capacidade para armazenar todas as doses necessárias à imunização da população infantil e adulta que reside na área. No local também foi criado o Centro de Pesquisas e Aprendizagem para o desenvolvimento das atividades que darão suporte ao programa de monitoramento e treinamento dos agentes que serão responsáveis pela instalação e controle das demais geladeiras.

A secretária estadual de saúde, Leny Passos, diz que o Governo do Estado está começando a mudar o modelo de imunização no Amazonas. “Para atingirmos as metas precisamos de alternativas para resolver problemas específicos como as vias de acesso, o tempo e as condições de armazenamento”. Ela ressalta que as vacinas são a forma mais eficiente de evitar a mortalidade por doenças como Hepatite B e tétano, dentre outras e que por esse motivo todos os esforços serão feitos pela Susam para ampliar o acesso da população.

A coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunização (PNI), Izabel Nascimento, diz que a utilização desse tipo de geladeira em regiões remotas é a única alternativa viável para que se atinja a meta de 95% de cobertura vacinal, incluindo as áreas indígenas. Para ela, havendo comunidades pólos para as moradias isoladas, todos receberão a vacinação no tempo ideal e nas doses necessárias, o que terá reflexo positivo na qualidade de vida dos que vivem afastados dos centros urbanos.

Segundo Izabel, chegar até as populações mais distantes é o maior problema na região Norte. Ela diz que as vacinas são conservadas no gelo, mas dependendo do tempo de deslocamento a conservação se torna inviável. Além disso, se o tempo de permanência em cada localidade for de apenas um ou dois dias, não há nenhuma garantia de que toda a população será, de fato, imunizada.

META É VACINAR 105 MIL IDOSOS EM TODO O AMAZONAS

A Susam espera que este ano sejam vacinadas contra a gripe 105,5 mil pessoas com 60 anos ou mais, em todo o Estado. Do total de idosos que devem ser vacinados no Estado, 78 mil vivem na capital, onde serão montados postos de vacinação nos centros de saúde e nos dois Centros de Atenção à Melhor Idade (Caimis).

Nos municípios, a campanha será realizada nas sedes e também junto às populações rurais e indígenas. Nestas áreas, segundo a Susam, aumentam os desafios para o atendimento da meta. Em 69% dos municípios amazonenses, mais de 50% da população reside em áreas rurais, sendo que a metade deste total é formada por grupos indígenas.

Em 2003, a cobertura vacinal no Estado foi de 87,57%, mas a coordenação do Programa Estadual de Vacinação precisou de mais tempo além dos 14 dias iniciais. “Utilizamos aviões, carros, barcos e canoas e encontramos uma série de dificuldades para atingir áreas mais remotas”, diz a coordenadora estadual do PNI, Izabel Nascimento.

A coordenadora explica que a vacinação anual de idosos tem o objetivo de evitar complicações da gripe e conseqüentes internações e mortes. Ela diz que estudos realizados entre 1998 e 2000 demonstraram a importância da vacina na redução dos riscos de hospitalização por doenças cardíacas, cerebrovasculares e pneumonias, além da queda de óbitos por todas as causas durante as temporadas de gripe.

Segundo o Ministério da Saúde a gripe é uma das doenças infecciosas que mais preocupam em todo o mundo e por isso o Brasil realiza campanhas nacionais desde 1999.

A Susam informa que a vacina que será aplicada na campanha deste ano protege contra os três tipos do vírus Influenza conhecidos até o momento, classificados como A, B e C.

Izabel Nascimento diz que o Influenza causa a gripe e em alguns grupos, como o dos idosos, facilita o surgimento de outras complicações e agravamento de doenças já existentes. “Estudos mostram que as infecções podem desencadear, por exemplo, a arteriosclerose e o acidente vascular cerebral”, diz, alertando que apesar dos sintomas semelhantes, a gripe não pode ser confundida com os resfriados comuns, transmitidos por outros tipos de vírus como o adenovírus.“Os sintomas da gripe costumam ser mais intensos, com febre, dores no corpo, muito cansaço e tosse seca”.

Além disso, segundo Izabel, pessoas contaminadas pelo Influenza podem ter mais congestão nasal e coriza e têm mais possibilidade de desenvolver complicações sérias como a pneumonia bacteriana.
Além da imunização contra a Influenza, os idosos poderão atualizar a vacinação contra o tétano e a difteria (que deve ser aplicada a cada 10 anos) e contra a febre amarela, para aqueles que residem ou irão se deslocar para áreas consideradas de risco. Também receberão atenção especial todos os idosos que se encontram em instituições de longa permanência como hospitais e asilos.