Dia Mundial da Saúde com paralisação no trânsito

Por volta das 8 horas, mais de mil pessoas, entre crianças e adolescentes da rede estadual de ensino e profissionais das áreas de saúde, segurança, educação e trânsito fizeram uma parada no cruzamento das avenidas Constantino Nery e Pedro Teixeira. O grupo soltou 244 balões brancos, o mesmo número de vítimas fatais por acidentes de trânsito do ano passado. A intenção foi chamar atenção para a paz e a valorização da vida.

A programação continuou, após uma caminhada, no Centro de Convenções, onde até o meio-dia foram realizadas várias atividades e exposições sobre saúde. Estandes de vários órgãos e universidades foram montados, oferecendo informações e exames, incluindo hipertensão, diabetes e tipagem sanguínea. Também foram demonstrações de primeiros socorros, esclarecimentos sobre dengue e malária, noções de prevenção sobre câncer, doenças sexualmente transmissíveis, Aids, doenças dermatológicas e nutrição, além de vacinação.

Antecipando a campanha nacional de vacinação dos idosos, a Susam também disponibilizou doses da vacina contra a gripe para os idosos com 60 anos ou mais. O Detran-AM fez blitz educativa na avenida Pedro Teixeira e promoveu várias ações parra chamar a atenção para o uso dos equipamentos de proteção como cinto de segurança e capacete.

De acordo com a secretária estadual de saúde, Leny Passos, o trânsito foi escolhido este ano como tema do Dia Mundial da Saúde por representar em todo o mundo um o maior responsável por mortes violentas. No Amazonas as estatísticas também assustam. “Os acidentes lideram as estatística de mortes por causas externas, representando altíssimos custos sociais e financeiros e por isso o Estado está buscando soluções para a diminuição dos índices”.

A secretária anunciou a criação de formulários específicos para o Registro Hospitalar de Acidentes de Trânsito que serão implantados em todas as unidades de urgência e emergência. Os dados irão garantir a qualidade das informações e poderão ser usados no planejamento e execução de políticas públicas. Na ficha estarão reunidas informações sobre locais mais freqüentes de acidentes, média de ocorrências em locais de risco/dia, fluxo de veículos, áreas de maior risco, delitos mais comuns e prevalência de atropelamentos por faixa etária.

A Susam também deve contar com a parceria de órgãos como as secretarias Municipal e Estadual de Educação, Detran e EMTU, a Secretaria já está preparando campanhas de esclarecimento e sensibilização, e em curto prazo, vai realizar a capacitação de representantes de sindicatos de empregadores e condutores de veículos, profissionais da mídia e outros representantes da sociedade civil, para que atuem como multiplicadores de informações e de medidas sobre prevenção de acidentes.

LIDERANÇA – Segundo a Organização Mundial de Saúde, os acidentes de trânsito lideram as estatísticas de mortes violentas por causas externas, com 1,2 milhão de vítimas fatais por acidentes no trânsito em todo o mundo.

Segundo dados da Susam, em 2003 ocorreram quase 10 mil casos de pessoas acidentadas no trânsito e mais de 200 mortes. Leny Passos diz que o alto índice de atendimentos no Amazonas por acidentes de trânsito significa também uma grande quantidade de internações e altos custos hospitalares e sociais. “Se um paciente necessitar de UTI, o que é comum em acidentes graves, os custos podem variar de R$ 8 mil a R$ 200 mil”, afirma. As vítimas do interior do Estado representam custo extra, com transporte, podendo chegar a R$ 30 mil se for necessário avião com UTI.

Leny Passos diz que os custos sociais têm impacto ainda maior, “pelo sofrimento, pela perda ou pelo impedimento temporário ou definitivo para o trabalho”. Levantamentos do Pronto Socorro 28 de Agosto mostram que para cada morte causada por acidentes de trânsito, ocorrem três mutilações. “A situação é mais grave se considerarmos que as maiores vítimas estão entre 15 e 44 anos, ou seja, em plena fase produtiva da vida”.

Leny Passos diz que o Governo do Amazonas está atento a estas estatísticas e que espera resultados concretos com as ações de controle de dados, esclarecimento e sensibilização para o trânsito seguro. “Mais do que oferecer tratamento queremos evitar que os casos ocorram”, diz a secretária.

Estatística de Atendimento por Acidentes de Trânsito/2003
Atendimentos nas principais Unidades de Urgência da capital –10 mil casos

Mortes –244
Homens envolvidos –78%
Mulheres envolvidas – 22%
Principal faixa etária – 15 a 44 anos

Mortes por Acidentes de Trânsito/2003
Tipos Homens Mulheres Total
Mortes em geral 190 54 244
Envolvendo pedestres 93 35 128
Envolvendo ciclistas 03 01 04
Envolvendo motociclistas 18 03 21
Envolvendo automóveis,
ônibus e outros 76 15 91