Susam treina agentes de endemias de Manaus
O curso visa melhorar o desempenho dos agentes de endemias de Manaus nas operações de campo, através do treinamento sobre normas operacionais para o controle da malária.
O curso tem carga horária de 40 horas/aula, com término no dia 27, abordando desde definições sobre epidemiologia, conceitos, mecanismos de transmissão, sintomas e sinais da malária, ao ciclo evolutivo e incubação dos plasmódios. Os participantes também irão ter aulas práticas com coleta de amostras de sangue, sobre o preparo das casas para borrifação intradomiciliar e técnicas de termonebulização, entre outros processos constituintes do diagnóstico, tratamento e prevenção da malária.
Os agentes da zona Oeste estarão realizando o treinamento na Escola Estadual Humberto de Campos e os da Zona Norte e Leste na Escola Municipal Jarlece Zaranza.
Estudos da Susam demonstram que cerca de 50% dos casos da doença no Amazonas estão em locais onde houve ocupação desordenada de terra e desmatamentos. A Zona Leste de Manaus é a que registra atualmente o maior índice de malária. Em 2003 foram notificados 20,5 mil casos, o que significa 31% do total de notificações da capital.
Nas regiões onde há ocupação desordenada de terras, segundo a secretária estadual de saúde, Leny Passos, o desmatamento e o assoreamento de lagos e igarapés oferecem as condições ideais para a expansão da malária. “Também há riscos para outras doenças como leishmaniose e febre amarela”, disse Leny. No último sábado, dia 17, a Secretaria realizou um mutirão de vacinação na invasão Nova Vitória, na Grande Vitória, zona Leste. A atividade foi resultado de uma pesquisa de imunização feita junto aos moradores, há cerca de 15 dias, quando a secretária estadual de saúde e uma equipe de técnicos da Susam visitaram a Nova Vitória, para verificar as ações de combate à malária que vêm sendo desenvolvidas na área. No local, a Susam estima que residem cerca de 2,5 mil pessoas e que a maioria estavam em falta com as vacinas básicas do calendário de imunização.
A Susam vem trabalhando intensamente nas zonas Leste e Oeste, presente também com soldados do Exército, além de equipes de agentes de endemias e de educação em saúde. “É um esforço concentrado nas ações de controle da doença com a intenção de conter a proliferação do mosquito transmissor e tratar precocemente as pessoas infectadas”, ressaltou Leny.
Além da vigilância com ações tradicionais de controle – fumacê, borrifação intradomiciliar, busca ativa de doentes e tratamento gratuito – a Susam está elaborando o georeferenciamento para melhor controle dos focos da doença. Leny disse que, além disso, será lançada, até o final deste mês, uma campanha educativa para a prevenção de malária e que os principais locais de risco receberão grandes placas alertando moradores e visitantes a tomar as medidas preventivas contra a doença.