III Seminário de Geriatria e Gerontologia do Amazonas
Para se ter idéia do envelhecimento, um fenômeno global, que implica em repercussões no campo social, cultural, econômico e político, estima-se que o país, em 2005, seja o sexto do mundo em termo de massa de idosos, o que representará um montante de 31,8 milhões de pessoas. Diante dessa perspectiva, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) com o Seminário, incentivou cerca de mil profissionais de saúde a debater o tema Envelhecer com Qualidade. O evento conta com a parceria da Ceulm/Ulbra.
Em 2003, residem no Amazonas 147 mil e 473 pessoas com mais de 60 anos, 71.411 deles, em Manaus. Segundo o presidente nacional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Adriano Gordilho, um dos motivos do aumento da expectativa de vida é a mudança nas políticas públicas de saúde. “Com as mudanças de infra-estrutura em saúde, de tratamento, de ofertas de serviços, teremos em 20 anos, um envelhecimento mais rápido. Por isso nosso principal objetivo é ter o aumento da expectativa de vida, mas com qualidade”, afirmou. Adriano Gordilho ressaltou que um dos problemas é a falta de recursos humanos especializados. Em todo o Brasil, somente quatro universidades possuem em sua grade curricular, disciplinas voltadas para a geriatria e gerontologia.
A Secretária Adjunta de Assistência à Capital, da Susam, Carla Braga Alves, ressaltou a importância da discussão para os profissionais que lidam com o segmento na área de saúde. “O apoio do governo, bem como de instituições do âmbito público e privado, evidenciam o compromisso com a população idosa”, disse.
Carla Braga Alves anunciou ainda para o início do próximo ano, a inauguração do terceiro Centro de Atenção Integral à Melhor Idade (Caimi), no mesmo padrão dos já existentes, no bairro da Compensa. “Estamos garantindo o acesso integral à saúde do idoso, proporcionando qualidade de vida à terceira idade, e principalmente trabalhando para prevenir doenças”. Nos Caimis Paulo Lima e André Lima, são atendidos por mês, em média, 3.600 idosos. Os grupos regulares realizam ainda atividades de caminhada orientada, alongamento, relaxamento, dança e festas comemorativas. Nos centros também são atendidos pacientes com mais de 60 anos, enquadrados no Programa Estadual de Diabetes e Hipertensão, e passam a ser monitorados por uma equipe multiprofissional, nas especialidades clínica, oftalmologia, ginecologia, cardiologista, nutricionista, assistente social, psicológico, fisioterapeuta e ortopedista.
Envelhecimento do Homem na Floresta foi a palestra ministrada pelo médico e um dos coordenadores do evento, Euler Ribeiro. Ele foi seguido pelo professor de Fisiopatologia Cardiorespiratória da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Tales de Carvalho, que evidenciou a importância do estilo de vida para o envelhecimento. “O exercício físico monitorado, por exemplo, é muito importante para tratar e evitar problemas como a diabetes, já que aumenta a sensibilidade à insulina, promove captação mecânica de glicose para atuar nos músculos, além de proteger contra complicações comuns, entre outros ganhos”, disse Tales. À tarde, o chefe da cardiogeriatria da Universidade de São Paulo (USP), João Cerro Azul, falou sobre Complicações Cardiocirculatórias das Dislipidemias e a nutricionista do Hospital São Lucas (PUC-RS), Patrícia Chagas, ministrou palestra sobre Nutrição e Qualidade de Vida. Encerrando o evento, a especialista em Geriatria e Gerontologia, Ana Paula Pessoa, promoveu debate sobre Cuidados Intradomicialiares de Idosos Dependentes.
A organização do evento foi do médico Euler Ribeiro, Betsy Eddy Praia (Susam) e Heloísa Cauduro (Ceulm/Ulbra).