Cerca 46% dos casos de malária estão em áreas de invasão

A primeira reunião aconteceu no final da tarde da segunda-feira (dia 17) com representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Comando Militar da Amazônia (CMA), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Secretaria Municipal de Habitação e Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (IDAM). O encontro foi no auditório da Susam.

Além de fazer um histórico da malária no mundo e no Brasil, especialmente no Amazonas, a Susam, por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde, demonstrou por gráficos, os números da epidemia que teve início em Manaus, em julho do ano passado. A malária em 2003 já atingiu 60 mil casos, sendo que mais de 50 mil destes foram diagnosticados na capital. Dados da Secretaria indicam que 46% dos casos da doença detectados nos últimos meses estão concentrados nas áreas de invasões mais recentes.

“As invasões de terras no Amazonas, acontecem de forma desordenada, e com uma rapidez alarmante”, disse a secretária Leny Passos. “O trabalho de combate tem sido feito. Temos uma grande infra-estrutura para combater a doença, com mais de 1,3 mil homens em campo, veículos e máquinas, além de centenas de laboratórios de diagnóstico e oferta gratuita de tratamento”, disse. “O que precisamos agora é uma ação intersetorial”.

Para reverter o processo de invasão e trabalhar no controle operacional da doença, a Susam e as instituições que trabalham em parceria, que agora estão em número maior com a participação das secretarias ligadas a terras e de habitação do município e do Estado, foram formados dois grupos de trabalhos, com a próxima reunião marcada para o dia 25, para traçar estratégias de combate à malária, reunindo forças intersetoriais. O primeiro grupo é formado pelas secretarias municipal e estadual de Habitação e Secretaria de Defesa de Meio Ambiente (Sedema). O segundo grupo é formado pelo Instituto de Proteção ao Meio Ambiente (Ipaam), Idam e Inpa.

Malária – Em outubro, a Susam registrou uma queda de 19% no número de casos de malária em Manaus, em relação ao mês de setembro. A redução, segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria, Rosemary Costa Pinto, é o resultado das ações de combate ao mosquito transmissor e à eliminação das larvas que se desenvolvem às margens de lagos e igarapés, além da identificação precoce e acompanhamento dos doentes para que não interrompam o tratamento. Em setembro foram diagnosticados 5.588 casos de malária. Em outubro a Susam registrou 4.501 casos positivos da doença. Rosemary ressalta que a queda no número de casos neste período do ano, quando tradicionalmente acontece o oposto, em função do clima, é uma vitória dupla. A preocupação da diretora é, primordialmente, com as invasões, onde há desmatamentos e o contato de pessoas contaminadas com os mosquitos que vivem na floresta, seu habitat natural.