Instituto da Mulher adota projeto “Não Sou Visita, Sou Filho

Internada no Alojamento Conjunto (Alcon) do Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), onde deu à luz a pequena Mayná, a dona de casa Elen Tavares dos Santos, de 22 anos, conta que foi para a maternidade dividida entre a expectativa pela chegada da filha mais nova e a preocupação com os outros dois filhos menores, que ficaram em casa sob os cuidados da avó. A apreensão aumentou quando soube que precisaria permanecer um pouco mais de tempo internada para concluir um tratamento à base de antibióticos na recém-nascida. No terceiro dia de internação, veio o alívio. Muito emocionada, Elen recebeu a visita de Kyara, a filha mais velha, de 3 anos, que foi à maternidade ver a mãe e conhecer a nova irmãzinha.

O encontro foi possível graças ao projeto “Não Sou Visita, Sou Filho”, do Governo do Estado. O projeto, conforme explica o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, é uma das ações implementadas de forma pioneira no Amazonas, seguindo as diretrizes do parto humanizado, preconizadas pelo Ministério da Saúde. “A política de humanização do atendimento em saúde consiste na adoção de medidas que garantam a melhoria no acolhimento do paciente e sua família. O projeto desenvolvido no Instituto da Mulher Dona Lindu é um bom exemplo das ações que têm sido desenvolvidas pelo Governo do Amazonas com esta finalidade”, afirmou Alecrim.

O diretor do IMDL, Agnaldo Costa, explica que, normalmente, os hospitais e maternidades não permitem a visita de crianças menores de 12 anos. “Abrimos esta exceção para garantir o bem-estar psicológico das mães internadas na unidade, o que contribui para a rápida recuperação da parturiente e, também, para a tranquilidade da família”, disse Costa.

As mães aprovam a medida. “A gente fica com muitas saudades daqui e sabe que eles (os outros filhos) também estão em casa sentindo falta da gente”, disse a jovem Elen, que não conteve as lágrimas ao falar do filho Ícaro, de apenas 1 ano e seis meses. “Ele não veio com a Kyara, porque ficava difícil para minha mãe trazer os dois de uma vez”, acrescentou Elen.

Bruna Oliveira da Silva, 21 anos, se recuperava do parto no Alcon do IMDL e mesmo assim pôde realizar o encontro do filho Murilo, de 2 anos e 11 meses com a irmãzinha Manuela, de apenas um dia de vida. “Eu estava com o coração apertado de estar aqui sem ver o Murilo. Agora, estou muito feliz com os meus dois caçulas”, afirmou Bruna acrescentando que, naquele dia mesmo, assistira a uma colega internada no Alcon chorar com saudades dos filhos que haviam ficado em casa. “Além de poder ver meu filho mais velho, outra coisa que gostei muito aqui foi ter podido contar com o acompanhamento integral do meu marido. Ele participou até do parto. No nascimento do Murilo, em outra maternidade, isso não foi possível e eu sofri um pouco, era muito inexperiente, precisava do meu marido por perto”, disse.

Pioneirismo – A gerente de Enfermagem do IMDL, Maria Gracimar Oliveira da Gama, conduziu a implantação da rotina que passou a permitir às mães internadas no Alcon da unidade receber a visita dos filhos pequenos, durante o período de internação. Ela conta que o primeiro passo foi ganhar a adesão dos profissionais da unidade à proposta. “Era uma atividade pioneira entre as maternidades do Estado. Precisávamos nos organizar. Era natural que alguns profissionais da equipe tivessem dúvida sobre a viabilidade de termos crianças pequenas circulando na área de internação, sem que isso causasse algumas dificuldades à rotina de atendimento das pacientes”, diz Gracimar.

De acordo com Gracimar, a ideia foi sendo amadurecida aos poucos, foram sendo definidos os critérios para ingresso das crianças no Alcon e, hoje, a presença delas no horário de visitas já é natural. “Os acompanhantes adultos das pacientes têm muito claro que eles precisam cuidar das crianças que vêm para visita, pois a equipe de saúde não pode interromper suas tarefas para fazer isso. Na recepção do Instituto é feito o registro da entrada do menor, com nome, idade e número do leito que ele irá visitar, porque precisamos saber quantas crianças entraram e quantas devem sair até o final do horário de visita”, detalha Gracimar.

Para a gerente, é visível a redução no nível de estresse das parturientes internadas diante da possibilidade oferecida a elas de ver os outros filhos menores durante o período de internação, de poder contar com a presença do marido ou companheiro durante todo o processo que inicia no pré-parto até a alta hospitalar. “Quando uma paciente, mãe de outras crianças menores, ficava sabendo que precisaria passar, por exemplo, 10 dias no hospital, era comum ela entrar num estado de aflição, de pressa pela alta hospitalar decorrente da preocupação ou da saudade dos filhos que ficaram em casa. Hoje, essa situação de estresse está bastante reduzida”, afirma a enfermeira.

No último mês de dezembro, 107 crianças visitaram suas mães e puderam conhecer os novos irmãozinhos ainda durante o período de internação na maternidade do IMDL. Em média, mulheres que têm parto normal ficam internadas por 48 horas no Instituto. No caso de cesariana, esse período é de 72 horas. “Mas há casos em que a mãe ou mesmo o recém-nascido precisam permanecer mais tempo para acompanhamento médico e medicação e é sobretudo nessas situações que a permissão das visita dos filhos ganha significado maior”, diz o diretor do IMDL, Agnaldo Costa.

Visita na UTI – O projeto “Não sou visita, sou filho” também alcança os bebês internados nas Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intensivos (UTI e UCI Neonatal) e cujas mães estão hospedadas no albergue do IMDL. Nesses casos, a atividade tem o acompanhamento do serviço de Psicologia. “Antes de levar a criança para conhecer o novo membro de sua família que está internado na UTI ou na UCI é feita uma preparação psicológica para que ela possa entender, por exemplo, por que o irmãozinho ou irmãzinha está na incubadora e sendo monitorizado pelos equipamentos”, explica a enfermeira Gracimar. Segundo ela, a psicóloga acompanha, inclusive, o momento da primeira visita.

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