Equipes farão busca ativa de possíveis doadores de órgãos

A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) irá manter uma equipe de profissionais trabalhando 24h na busca ativa de possíveis doadores de órgãos. O serviço, que está ligado a Central Estadual de Transplantes, irá começar a funcionar a partir desta quarta-feira (08) e terá como base o Pronto-socorro João Lúcio Pereira Machado.

O objetivo é aumentar o número de doações de órgãos a partir de doador falecido e consequentemente diminuir o número de pacientes inscritos na fila de espera por um transplante. A coordenadora estadual de transplantes, Leny Passos, informa que a meta será aumentar a captação de órgãos e tecidos em 30% no primeiro ano.

As equipes irão trabalhar em plantões e terão a missão de identificar os potenciais doadores e iniciar o trabalho de sensibilização das famílias para a doação de órgãos. “Essas equipes estarão percorrendo os três grandes prontos socorros da capital, João Lúcio, 28 de Agosto e Platão Araújo, identificando os possíveis doadores e conversando com as famílias, falando sobre a possibilidade de doar os órgãos”, explica a coordenadora.

A decisão de deixar as equipes no ambiente do hospital segue a recomendação do Ministério da Saúde de que os estados trabalhem no Projeto de Adesão ao Plano Nacional de Implantação de Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO). Segundo coordenadora a presença da equipe dentro das unidades é um ganho uma vez que a as equipes poderão fazer um trabalho de aproximação com as famílias e no momento oportuno sensibilizar para a doação de órgãos. “Nós iremos ganhar porque estaremos mais próximo das pessoas, acompanhando a evolução do paciente e nosso trabalho será facilitado porque na hora em que formos fazer a abordagem não seremos mais desconhecidos daquelas pessoas”.
Os profissionais que irão compor a equipe da OPO foram selecionados pela Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico e Social (AADES), através de processo seletivo e receberam treinamento com a equipe da Central Estadual de Transplantes, antes de iniciarem o trabalho. “A equipe é composta por 13 pessoas entre médicos, enfermeiros e assistentes sociais, todos com alguma experiência anterior em captação de órgãos e transplantes”, informa Leny Passos.

As equipes também farão trabalhos de sensibilização dos profissionais que trabalham no ambiente das unidades de saúde. “Eles farão abordagens diferenciadas para os profissionais, falando sobre a doação de órgãos e sobre os transplantes, envolvendo toda a equipe, desde o porteiro até a direção”. A coordenadora destaca que esse trabalho é importante para que o processo possa fluir melhor e também para criar a cultura da doação de órgãos.

Processo de doação

A Coordenadora Estadual de Transplantes, Leny Passos, explica que as doações de órgãos e tecidos podem ser feitas em qualquer uma das unidades de urgência e emergência da rede estadual de saúde pública e privada. A doação só pode ser feita a partir do diagnóstico de morte encefálica, que é feito por profissionais habilitados e por meio de exame específico, o ecodoppler transcraneano.

Após a confirmação da morte encefálica são realizados testes de sorologia no doador, com objetivo de descartar doenças infecciosas que inviabilizariam o transplante. Também são feitos testes de compatibilidade por meio do exame de HLA que, no Estado, são viabilizados por laboratório especializado, que funciona na Fundação Hemoam.

A coordenadora explica ainda que os doadores potenciais de órgãos são principalmente vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e trauma craniano, atendidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI´s) de hospitais e prontos-socorros. A doação pode ser feita por pessoas com idade entre 0 e 60 anos e é preciso que o doador tenha boas condições físicas e nenhuma infecção. Somente a família do paciente pode autorizar a doação.

Transplantes no Amazonas

Atualmente o estado do Amazonas disponibiliza através do Sistema Único de Saúde (SUS) os transplantes de rim e córnea a partir de doador falecido e de rim entre vivos.

Dados da Central Estadual de Transplantes mostram que até o mês de junho de 2012 foram realizados 32 transplantes de rim a partir de doador falecido e 202 transplantes de rim entre vivos. Também foram realizados 775 transplantes de córnea.

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