Cinco municípios terão hospitais flutuantes
O Governo do Amazonas vai instalar hospitais flutuantes em cinco municípios do interior que estão com as unidades de saúde locais isoladas por causa da cheia. O modelo de unidade fluvial de atendimento, já em funcionamento no município de Anamã, deve ser replicado nas próximas semanas para Caapiranga, Barreirinha, Anori e Careiro da Várzea. A medida é uma orientação do governador Omar Aziz para garantir os atendimentos na área de saúde no período de cheia.
Durante o fim de semana, uma comitiva da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) visitou os municípios de Anori e Anamã para avaliar o impacto da cheia nos serviços de saúde e acompanhar o plano emergencial que vai assegurar o atendimento nos próximos três meses. Em Anamã, a cheia deixou toda a cidade submersa. Cerca de 10 mil famílias enfrentam o isolamento e improvisam para se adaptar à vida sob as águas, segundo levantamento da prefeitura municipal.
Hospital-modelo – O Hospital de Anamã, recentemente reformado pela Susam, está completamente alagado. Todo o serviço foi transferido para o hospital fluvial, instalado logo em frente. A situação se repete em Caapiranga, Barreirinha, Careiro da Várzea e Anori, onde a dificuldade de acesso aos hospitais por causa da cheia se repete.
Quando a enchente atingir o hospital e ele não puder mais funcionar, o Governo do Estado está montando juntamente com o Ministério da Saúde e as prefeituras uma unidade fluvial onde tudo o que funcionava no hospital passa a ficar na unidade fluvial. No de Anamã, que é o modelo, temos 20 leitos, laboratório para realizar todos os exames, o serviço de telemedicina com eletrocardiografia mandando as imagens para Manaus, o ultrassom funcionando, a sala de parto e de internação, afirma o secretário de estado da Saúde, Wilson Alecrim.
Em Anori, no médio Solimões, o nível do rio subiu tanto que metade da cidade está alagada. Na casa do agricultor José Castro, localizada na parte central da cidade, uma das mais altas, a invasão da água é uma ameaça iminente. Ele conta que ninguém estava preparado para uma cheia tão intensa. Foi uma surpresa para nós porque no ano passado, neste mesmo período, o rio estava muito mais baixo”, disse.
A água já está na porta do hospital do município e o acesso à unidade só é possível por meio de pontes de madeira improvisadas, o que põe em risco o atendimento a população. Na rua onde fica o posto de saúde mantido pelo Governo do Estado, a água também já começa a dar sinais.
Novo hospital será construído – Anori será contemplada com o hospital fluvial nas próximas semanas para o atendimento durante o período da cheia. Enquanto isso, um barco da Marinha realiza os atendimentos. O Hospital da cidade ainda está funcionando, mas Alecrim acredita que nos próximos dias deverá ser interditado por causa da subida dos rios. O Governo do Estado também vai construir um novo hospital no município em outra área. Serão investidos R$ 7 milhões na unidade de média complexidade.
Controle de epidemias – Em outra frente nos municípios atingidos pela cheia, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) trabalha junto as prefeituras municipais um plano para orientar a população sobre medidas para evitar as doenças com risco de transmissão pela água. Entre as enfermidades comuns estão as doenças gastrointestinais, dermatites, hepatite A, leishmaniose, leptospirose e malária, além da picada de animais peçonhentos. Só para os 45 municípios em situação de emergência por causa da cheia, a FVS se prepara para distribuir 50 mil mosquiteiros impregnados e reabasteceu o estoque de soro antiofídico com duas mil novas ampolas.
“Trabalhar com a questão da transmissão da doença tendo a água como veículo. Esse é o ponto mais importante nesse momento. É um trabalho de conscientização da população de uso do hipoclorito de sódio na água de consumo humano e isso tem realmente dado resultados muito bons à medida que não tivemos nenhuma epidemia”, destacou o presidente da FVS, Bernardino Albuquerque.
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