Amazonas incorpora técnicas japonesas

Técnicas utilizadas pelo Japão no atendimento a mulheres grávidas e recém-nascidos devem ser incorporadas à rotina de assistência dos hospitais e maternidades de 15 municípios amazonenses. Com a iniciativa, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) espera aumentar a qualidade do parto e do nascimento, reduzir a quantidade de partos cesáreos e avançar nas estratégias de redução das mortalidades materna e neonatal.

Para colocar em prática as técnicas japonesas, além de protocolos que padronizam o serviço oferecido às mulheres no pré-parto, no parto e no pós-parto, cerca de 70 enfermeiras obstétricas que atuam na capital e no interior estão participando da Capacitação em Enfermagem Obstétrica para Assistência Humanizada ao Parto.

O curso, aberto na manhã desta segunda-feira (8), no Instituto da Mulher, é um dos desdobramentos do convênio internacional firmado entre a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e o Ministério da Saúde, para o incremento de ações materno-infantis desenvolvidas no Brasil.

Três profissionais do Amazonas que estiveram em treinamento de dois meses em hospitais e casas de parto no Japão – as enfermeiras Rosely Cerqueira e Gracimar Fecury, e a assistente social e coordenadora estadual de Atenção à Saúde da Mulher, Sandra Cavalcante – irão ministrar as aulas. A capacitação também vai contar com a participação de instrutores do hospital mineiro Sofia Feldman, referência nacional no parto humanizado. O curso terá cinco oficinas no total, sendo uma por mês, até dezembro.

Sandra Cavalcante diz que o curso deve garantir o aperfeiçoamento dos serviços de enfermagem na área obstétrica e neonatal oferecidos pelo Estado. Segundo ela, as enfermeiras terão aulas práticas e teóricas voltadas para a aplicação de protocolos clínicos mais avançados e para o uso ferramentas de controle que devem apoiar o serviço médico. Exemplos são o partograma, onde são feitos registros da condição de saúde da mãe e do feto desde o pré-parto; a cardiotocografia, para verificação dos batimentos cardíacos; e o acolhimento por classificação de risco (ACCR).

“No final do curso, o grupo deverá também validar um protocolo assistencial de enfermagem obstétrica e neonatal destinado a todas as maternidades do estado”, informa Sandra.

Referência Mundial – O Japão é referência mundial em saúde materno-infantil, com uma das menores taxas de morte de mães e crianças menores de 1 ano, além de ser o país com um dos maiores índices de partos naturais do mundo. Lá, a taxa de mortalidade infantil é de apenas 2,78 por 1.000 nascidos vivos e a neonatal (de crianças menores de 28 dias) é de 5,5%, menos da metade da média nacional brasileira. Mais de 80% dos partos são naturais e a média de idade das mães japonesas é de 28 anos. Apenas 3% têm menos de 19 anos. “São indicadores associados ao cuidado com a gravidez, o parto e o nascimento”, destaca a Sandra Cavalcante.

Técnicas – A enfermeira Gracimar Fecury diz que algumas técnicas para o cuidado de mães e bebês recém-nascidos já estão implantadas em maternidades da rede estadual de saúde. No Instituto da Mulher, por exemplo, as mulheres grávidas podem ser beneficiadas com massagens especiais para relaxamento no pré-parto, faixa japonesa para redução de dores lombares e correção da postura no final da gravidez e para o realinhamento da pelve após o parto, além da massagem Mohri, que auxilia no processo de amamentação após o nascimento.

As crianças prematuras nascidas no Instituto da Mulher também já contam com pelo menos duas técnicas utilizadas rotineiramente no Japão. Uma delas, é o método Mãe Canguru, adotado por todas as maternidades do Governo do Estado para acelerar o crescimento e o ganho de peso. A técnica consiste em manter o bebê junto ao peito da mãe, com a sustentação de uma faixa especial. A outra, uma novidade trazida do Japão, é a ofuroterapia, também aplicada em crianças prematuras, com peso inferior a 2,5 quilos. Os bebês com estas características ficam imersos por cinco ou 10 minutos diários no ofurô (banheira japonesa). “O objetivo é oferecer uma condição semelhante ao útero, para gerar mais conforto”, explica Gracimar.

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