Amazonas amamenta mais crianças menores de 1 ano

As crianças do Amazonas estão sendo amamentadas durante os primeiros 11 meses de vida, superando em dois meses a média nacional de aleitamento materno. Ao mesmo tempo, o índice de mortalidade infantil, que há cerca de 25 anos era superior a 40%, hoje não ultrapassa 17%. Os dados foram apresentados como os principais avanços da área materno-infantil no Estado, durante a abertura da Semana Mundial de Aleitamento Materno. A solenidade de abertura foi realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) na manhã de ontem (1º), no Instituto da Mulher.

O secretário Wilson Alecrim disse que este ano Semana se destina a reforçar a importância do aleitamento materno para a qualidade de vida na infância e na fase adulta, e a incentivar o uso de todas as formas de comunicação para atingir mães, gestantes, familiares, amigos, estudantes e profissionais de saúde. “A ideia é que a informação sobre amamentação seja multiplicada inclusive nas redes sociais”.

Wilson Alecrim disse que o Estado vai continuar expandindo as ações que visam o cumprimento total das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação ao aleitamento. “Está comprovada a relação entre
o aleitamento materno e a redução dos índices de mortalidade infantil (crianças até 1 ano) e neonatal (até os 28 dias de vida)”. Segundo ele, estes índices têm caído entre 4% e 5% ao ano.

“Além da amamentação a estrutura de assistência materno-infantil, com mais unidades, leitos, UTI e programas bem definidos de assistência têm puxado para baixo a ocorrência de mortes de crianças em todo o Estado”, garantiu.

Segundo o secretário, um amplo programa de treinamento, com o uso da telemedicina, está em curso e deve atingir os 62 municípios até o final do ano, com cursos de atenção à saúde da criança e da mulher gestante.

Alecrim também anunciou a inauguração de um novo Banco de Leite na maternidde Azilda Marreiro, o que vai dotar o Estado de três bancos para coleta, pasteurização e distribuição de leite para bebês, internados em hospitais e maternidades, e que não podem receber o leite diretamente da mãe.

Aleitamento exclusivo já alcança 41% das crianças

A coordenadora estadual de Atenção à Saúde da Criança, Katherine Benevides, disse que atualmente 99% de crianças saem das maternidades públicas com aleitamento materno exclusivo e 41% das crianças são alimentadas apenas com leite materno até os seis meses de vida, conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O aleitamento na primeira hora de vida, outra recomendação da OMS, já alcança 72% em Manaus, enquanto a média nacional é de 67%. O tempo médio de aleitamento não exclusivo já é de 11,7 meses, dois meses a mais que o observado no restante das cidades, de acordo com pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde nas capitais brasileiras.

O neonatologista Jefferson Guilherme, que também atua na Coordenação Estadual de Saúde da Criança, destaca que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade é capaz, por exemplo, de reduzir em 25 vezes o adoecimento por diarreias e em 14 vezes a ocorrência de pneumonias na primeira infância.

Jefferson Guilherme ressalta que, de acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil 18% das crianças recebem outros tipos de leite antes mesmo de completar 1 mês de vida. “Isto é preocupante. Está comprovado cientificamente que o leite materno tem todos os nutrientes necessários ao perfeito desenvolvimento da criança”.

Redução de alergias e infecções e diminuição dos riscos de doenças como diabetes também são citadas pela nutricionista Tânia Batista que, entre outras atividades coordena os programas estaduais de capacitação dos profissionais de saúde para assistência à criança e a rede de bancos de leite.

O tema da campanha deste ano é Comunique-se. Amamentação, uma experiência em 3D”, e foi definido pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), rede mundial que reúne pessoas, instituições e outras redes que trabalham a favor da amamentação em todo o mundo.

Maternidades recebem selo de Amigas da Criança

Todas as maternidades estaduais conquistaram nos últimos anos o selo da Iniciativa Hospital Amigo da Criança por cumprirem normas internacionais de incentivo e apoio ao aleitamento. O selo, concedido pelo Unicef e Ministério da Saúde, foi renovado como uma recertificação pela continuidade das ações, e entregue às unidades durante a abertura estadual da Semana Mundial de Aleitamento Materno.

Além das maternidades, as secretarias municipais de Borba, Parintins e Manaus foram oficialmente reconhecidas como integrantes do programa Rede Curumim, o braço estadual da Rede Amamenta Brasil. O objetivo da Rede é padronizar nas unidades básicas, onde é realizado o pré-natal, ações que irão informar e sensibilizar as mulheres para o aleitamento. Nos três municípios há mais de 20 unidades onde o programa está implantado.

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