AM discute estratégias para evitar nova epidemia de dengue

Para evitar a ocorrência de novas epidemias de dengue, como a registrada em Manaus e Tefé no primeiro semestre deste ano, o Governo do Amazonas determinou que os 11 municípios do Estado onde houve o maior número de casos e onde são maiores as condições para proliferação do mosquito Aedes aegypti, elaborem previamente planos estratégicos de combate à doença.

Os planos devem ser concluídos até o final de agosto e as ações programadas devem ser colocadas em prática a partir de outubro, em complemento às ações de rotina. É a partir do último trimestre do ano que crescem os riscos de transmissão de dengue no Amazonas por causa do aumento das chuvas.

As diretrizes para a construção dos planos estão sendo discutidas no Seminário de Avaliação dos Planos de Intensificação do Controle da Dengue no Amazonas. O encontro, aberto nesta quarta-feira (20), é promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e reunirá durante dois dias, em Manaus, representantes das Prefeituras e Secretarias de Saúde dos municípios de Manaus, Humaitá, Nova Olinda do Norte, Barcelos, Lábrea, Tefé, Coari, Codajás e Itacoatiara, Manacapuru e Boca do Acre.

As discussões têm a coordenação dos técnicos da FVS e também a colaboração do consultor internacional para Dengue da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Eric Martinez.

O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, abriu o Seminário recomendando aos municípios todo o esforço para evitar novas epidemias. Ele destacou a presença dos quatro tipos de vírus da dengue no Amazonas e os riscos de agravamento dos casos, que se mantêm desde o final do ano passado, com a entrada do tipo 4 e o retorno dos tipos 1 e 3 que não circulavam no Estado há alguns anos.

Alecrim lembrou que as medidas para controlar a dengue são simples e devem ser rotineiras. “O poder público e a população precisam continuar agindo de forma associada para evitar, principalmente o lixo e a água parada”, disse. O aumento da população do mosquito transmissor é o principal fator de risco para o crescimento dos casos. “Quanto mais mosquitos, mais doentes”.

Casos – O Amazonas atravessou em 2011 a maior epidemia de dengue desde a introdução da doença no Estado, em 1999. Entre janeiro e junho deste ano foram registrados 53 mil casos da doença. Do total, 84% ocorreram em Manaus e o restante em 11 municípios do interior. Quatro deles – Manacapuru, Tefé, Itacoatiara e Lábrea – responderam por 90% das notificações feitas fora da capital.

A epidemia foi concentrada em Manaus, onde houve 47 mil casos de dengue, e em Tefé, que registrou 2 mil ocorrências da doença. De acordo com dados da Susam, o aumento das notificações começou no final do ano passado e o pico máximo da epidemia ocorreu em fevereiro deste ano, com quase 1 mil casos registrados por dia no Estado. Os números caíram a partir de março e em junho foram notificados apenas 180 casos da doença. Durante a epidemia 12 pessoas morreram.

O secretário Wilson Alecrim disse que, embora a execução das ações de controle da dengue seja de responsabilidade municipal, o Governo do Amazonas interveio na situação epidêmica, inclusive com aporte financeiro. Para conter um crescimento ainda maior dos casos e mortes por dengue, o Governo investiu, este ano, R$ 55 milhões de recursos próprios. A verba foi aplicada principalmente na coleta de lixo, assistência aos pacientes e campanhas educativas.

Planos – De acordo com o diretor presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, a avaliação do quadro de dengue vivido pelos municípios amazonenses no primeiro semestre do ano e a elaboração dos Planos de Intensificação do Controle da Dengue levarão em consideração cinco componentes – vigilância epidemiológica e laboratorial; atenção ao paciente; controle vetorial; comunicação, mobilização e educação em saúde; e gestão.

Os resultados do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), que avalia a quantidade de criadouros por região geográfica, também será utilizado como referência para a elaboração das ações. No Amazonas o LIRAa é realizado a cada três meses. No final deste mês será divulgado o resultado do Levantamento feito em julho e em outubro será feito o último levantamento do ano.

“As condições epidemiológicas e ambientais se modificam permanentemente. As ações de rotina, e as de intensificação, só funcionam se estes fatores forem considerados”.

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Andréa Arruda – Francismar Lopes