Secretário destaca circulação de quatro sorotipos da dengue no AM

O Amazonas é o único estado do Brasil e um dos pouco nas Américas onde circulam os quatro sorotipos da dengue. A informação foi destacada pelo secretário de estado da Saúde, Wilson Alecrim, na manhã desta segunda-feira (28), no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas. O secretário disse que a circulação dos quatro tipos de vírus contribuiu para o aumento da dengue em 2011, especialmente na capital, onde estão cerca de 70% dos casos. Desde o início do ano, foram notificados no Estado 13.092 casos da doença. Manaus e Tefé vivem uma epidemia.

Alecrim explicou que a entrada de um novo sorotipo aumenta os riscos de elevação de casos. Ele lembrou que em 1998 o Estado registrou a primeira epidemia da doença pelo sorotipo 1, com mais de 13 mil casos confirmados. Em 2001, a entrada do sorotipo 2 gerou a segunda epidemia, com 19 mil casos. E o início da circulação do sorotipo 3, em 2002 gerou um surto da doença. Apenas a doença traz imunidade, de acordo com o secretário. Quem teve dengue por um sorotipo, não terá novamente. “No entanto, a circulação de mais sorotipos aumenta a chance de mais casos da doença”.
 
O sorotipo 4 chegou ao Amazonas em dezembro do ano passado e a confirmação do caso foi feita em janeiro deste ano, a partir de testes de isolamento viral.  Os mesmos testes indicam a circulação no Estado dos outros três tipos de vírus, o que é, de acordo com o secretário, uma situação atípica. “Geralmente circula um ou outro tipo e não todos ao mesmo tempo”.
 
Wilson Alecrim disse que o Aedes aegypti está em 28 municípios do Amazonas. Além dos nove municípios que vivem situação de emergência por causa da dengue, há outros oito com transmissão da doença, mas ainda sem gravidade. Manaus e Tefé já registram epidemia, com a notificação de 8,8 mil casos e 1,8 mil casos, respectivamente.
 
 
Desde o início do ano foram confirmadas oito mortes e outras cinco estão sob investigação. Durante o ano, 115 casos graves de dengue foram registrados em todo o Estado.  O maior número de casos está nas faixas etárias de 1 a 14 anos, de 20 a 34 anos e de 35 a 49 anos. “Mas apesar disso, observamos que a doença tem atingido indistintamente a população. Basta haver mosquito na área de residência ou de trabalho e a pessoa está vulnerável”.
 
O secretário também apontou o aumento das chuvas neste período e a presença de muitos recipientes e ambientes propícios ao desenvolvimento de mosquitos como fatores que contribuíram para a elevação dos casos de dengue no Estado. Ele ressaltou que só existe dengue onde há mosquitos e que os índices de infestação identificados pelo Levantamento de Índice Rápido por Aedes aegypti (LIRAa) indicaram que em alguns municípios, como Manaus, a quantidade de criadouros triplicou entre outubro de 2010 e janeiro deste ano. “Os maiores criadouros são os recipientes usados para armazenar água, além do lixo”.
 
Wilson Alecrim destacou o papel de todos os setores públicos e a parceria com a iniciativa privada e a população para reverter a situação da dengue no Estado. “O grande movimento de sexta-feira, quando lançamos a campanha Todos Contra a Dengue, deve gerar ação concreta das pessoas para o cuidado com ambientes que facilitem a reprodução de mosquitos”. A campanha, segundo ele, é apenas uma das ações em curso para combater a doença. A ação conjunta entre estado e município, por exemplo, já gerou a aplicação de fumacê em mais de 4 mil quarteirões em Manaus e o recolhimento de 7 mil toneladas de lixo apenas de quintais e terrenos.
 
Plano B – O secretário vai propor ao Ministério da Saúde que elabore junto com Estados e municípios planos de ação para situações epidêmicas de dengue. Ele também vai propor que, a exemplo do que ocorre com o programa de HIV/Aids, o governo federal mantenha programas de assistência permanente a pessoas com dengue a fim de evitar o agravamento de casos e reduzir a letalidade pela doença. Segundo ele, cerca de 600 pessoas morreram por causa da doença no Brasil, apenas no ano passado.
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Andréa Arruda
Francismar Lopes