Equipe da FVS faz visita aos locais de moradia dos haitianos

A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) começa a avaliar os riscos de disseminação de cólera no Amazonas, a partir do levantamento das condições de vida e moradia dos cerca de 600 haitianos refugiados em Tabatinga, na tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru. Equipe da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), que saiu de Manaus na manhã desta segunda-feira permanece no município até a próxima quarta-feira (9), realizando visitas de campo e entrevistas de diagnóstico. O grupo de investigação é formado por um infectologista, um epidemiologista e um técnico de laboratório.

Além de avaliar as casas e acampamentos improvisados montados pelos haitianos, os técnicos visitarão o Hospital de Guarnição do Exército, que atende a população local, o Laboratório de Fronteiras, responsável pelo monitoramento de doenças na região, e instituições de apoio aos refugiados, como a Pastoral do Migrante. Todas as informações servirão para subsidiar o reforço a medidas de bloqueio e, se necessário, novas estratégias para evitar a reintrodução da cólera no Brasil. O Haiti foi afetado por uma epidemia da doença, com mais de 2 mil mortes e 11 mil doentes.

O diretor presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, que coordena a equipe enviada a Tabatinga, informa que a maior preocupação das autoridades de saúde do Estado é com os portadores assintomáticos do Vibrio cholerae, que causa a doença. O período de incubação da cólea é de cinco a sete dias. “No entanto, parte dos portadores da bactéria não apresenta sintomas”, explica. Sem tratamento, essas pessoas podem permanecer eliminando a bactéria por meio das fezes, com consequente contaminação de água e alimentos por via direta ou por insetos, como as moscas”. A transmissão da doença é facilitada por condições precárias de higiene e deficiências no saneamento básico.

Prevenção – Bernardino Albuquerque informa que entre as medidas de prevenção à doença está o uso de hipoclorito de sódio na água de consumo doméstico. O produto, disponibilizado em frascos de fácil manuseio, já foi encaminhado à Tabatinga pela Susam.

O Laboratório de Fronteiras vai incorporar à sua rotina testes para identificação do vibrião colérico e o monitoramento ambiental, com a coleta sistemática de amostras de água de igarapés próximos dos locais de moradia dos refugiados, começará a ser feito a partir de agora, para identificação da bactéria no meio ambiente.

A Secretaria Municipal de Tabatinga já recebeu da FVS uma Nota Técnica sobre a cólera, com a recomendação de alerta para pacientes com os sintomas, especialmente a diarréia, e imediato registro no sistema estadual de controle das Doenças Diarreicas Agudas.

A cólera causa diarréia e pode levar a uma desidratação grave que, se não tratada, pode causar morte.

O tratamento é feito principalmente com a reposição de líquido, por meio de soro, e com o uso de antibióticos.

De acordo com a Susam o Amazonas viveu uma epidemia de cólera em 1991 e os últimos casos da doença foram registrado no Estado em 1998.
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Andréa Arruda
Francismar Lopes