Sete municípios do interior têm alto risco de transmissão de dengue, afirma secretário

Dos 28 municípios do interior do Amazonas com registro de transmissão de dengue em 2010, sete – Humaitá, Codajás, Coari, Itacoatiara, Tefé, Barcelos e Lábrea – entraram nesta segunda-feira para o grupo de alto risco de epidemia da doença, segundo o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim. Em reunião com o secretário adjunto de Assistência à Saúde do Interior, Evandro Melo, e com o presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Bernardino Albuquerque, Alecrim avaliou os dados relativos à transmissão de dengue nesses locais e o índice de infestação por Aedes aegity e determinou o reforço das ações de controle o monitoramento permanente desses municípios.

Humaitá registrou mais de 500 casos de dengue no ano passado e os outros seis municípios registraram mais de 150 casos, ao longo do ano. Neles, a cada grupo de 100 imóveis visitados, dois apresentam criadouros do mosquito transmissor. “A conjunção desses dois fatores apontam para um risco elevado de alta transmissão da doença”, afirma Wilson Alecrim.

Segundo o secretário, outros oito municípios também serão monitorados com prioridade pelo Governo do Estado, apesar de apresentarem menor risco de transmissão da doença: Tabatinga, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Borba, Nova Olinda do Norte, Manacapuru, Novo Airão e São Gabriel da Cachoeira. Nestes, foi observado aumento dos casos até o segundo semestre de 2010, porém com declínio no final do ano.

Os planos municipais de controle da dengue estão sendo adequados, visando a redução dos riscos de transmissão. Além das atividades de identificação e eliminação de criadouros do mosquito transmissor, e do preparo das unidades e profissionais de saúde para o atendimento de pacientes, os sete municípios terão reforço das ações de educação em saúde, realizadas em escolas e grupos comunitários e por meio de campanha publicitárias nas rádios locais. Tefé, o município do interior com o mais alto índice de infestação por Aedes vai receber da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) um veículo equipado com maquinário para aplicação do inseticida espacial (fumacê).

Os outros 13 municípios, do grupo dos 28, permanecem em situação de alerta. Técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) já estão fazendo visitas técnicas nas localidades de risco, e prestando assessoria às equipes locais de combate à dengue.
Até 2009, de acordo com o secretário, a dengue estava restrita a Manaus, mas a proximidade com a capital favoreceu o surgimento de casos nos municípios do entorno, o mesmo acontecendo com os localizados nas calhas dos rios Purus e Madeira, próximos de municípios de Rondônia com alta transmissão da doença.

Em 2010, o Amazonas registrou 4.182 casos de dengue. Desses, 2.585 ocorreram em 28 cidades do interior, e 1.597 foram registrados em Manaus que, apesar da oscilação do número de casos de um ano para o outro, não registra epidemia desde 2001.

CONTROLE – O secretário Wilson Alecrim destaca que os planos municipais de prevenção e controle da dengue estão sendo criados a partir do plano macro do Governo do Estado, elaborado sob a coordenação da FVS e em execução desde dezembro do ano passado.
Dentre as metas estabelecidas pelo Governo estão manter no mínimo 80% dos municípios prioritários na faixa de baixa incidência (menos de 100 casos por 100 mil habitantes); manter pelo menos 60% dos municípios com índice de infestação de mosquitos menor que 1%; manter abaixo de 2% a taxa de mortes por dengue; e executar o plano de controle da doença para 100% dos municípios.

As ações gerais do Plano incluem visitas às casas para identificação e eliminação de criadouros, aplicação de inseticida (fumacê), intensificação da coleta de lixo e eliminação de lixeiras viciadas, visitas a pontos estratégicos como cemitérios, borracharias, ferros velhos, oficinas e construções civis, organização da rede de assistência (unidades básicas de saúde, rede de urgência e unidades de referência) e, ainda, a realização do Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa).
No interior do estado, mais de 800 técnicos, incluindo agentes de endemias, agentes comunitários de saúde e militares, e 82 gerentes, foram treinados para atuar no controle da dengue neste ano. Em novembro do ano passado foi executado o primeiro plano de alerta para o período sazonal da dengue, com ações de informação e educação junto a profissionais de saúde, estudantes e líderes comunitários. A atividade será realizada novamente em abril deste ano.
Em Manaus, foi iniciada em dezembro a quarta edição da Operação Impacto, realizada pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Manaus, Forças Armadas e Corpo de Bombeiros. A ações de controle previstas pelo Plano serão realizadas até março.
Uma campanha de esclarecimento sobre a doença, com medidas de prevenção está sendo lançada nesta semana pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Manaus. Além da capital, o Governo estadual irá veicular mensagens publicitárias em rádio, TV, folhetos e cartazes, nos 61 municípios do interior, com reforço nos 16 municípios prioritários.

CONFIRMAÇÃO – A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) confirmou nesta segunda-feira (17) a primeira morte por dengue em 2011. A confirmação se deu após o resultado dos exames realizados pelo Laboratório de Saúde Pública do Amazonas (Lacen), coletados da paciente Gisélia Ribeiro Bacelar, atendida no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto no último dia 13, com óbito registrado no mesmo dia, com suspeita de dengue. O secretário Wilson Alecrim ressalta que a morte não se deu por febre hemorrágica de dengue (FHD), mas por dengue grave, acompanhada de choque hipovolêmico.

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