Interior recebe capacitação em Nutrição

A boa saúde é reflexo da boa alimentação. Essa é a mensagem que os técnicos da áreas de nutrição e de saúde da criança da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) estão passando aos profissionais de saúde de Tefé, Juruá e Alvarães, por meio da I Oficina de Regional de Prevenção da Desnutrição Infantil no Amazonas. O evento acontece até amanhã (10) em Tefé e tem como objetivo reforçar entre os profissionais de saúde do interior do estado, a necessidade de orientar permanentemente a população sobre as formas mais saudáveis de alimentação, para evitar a desnutrição e também a obesidade.

Durante a oficina estão sendo capacitados médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, que atuam nas unidades de saúde e na Estratégia Saúde da Família. “A maior preocupação da Susam é com as crianças. Queremos intensificar a cultura da boa alimentação, inclusive com a valorização dos alimentos regionais, para evitar doenças e até mortes”, explica a coordenadora da Área Técnica de Alimentação e Nutrição da Secretaria, Ester Mourão.

De acordo com estudos realizados pela Susam sobre o perfil nutricional de crianças menores de cinco anos, apesar da oferta de alimentos da região, como peixes e frutas, há um índice de desnutrição no Estado que exige mudanças de comportamento. “Um aspecto é a desnutrição, que se iguala a encontrada no restante do país, e outro aspecto é a obesidade, uma tendência nacional que também registramos no Amazonas”, alerta Ester. Segundo a nutricionista os dois desequilíbrios estão relacionados aos hábitos alimentares e de vida da população. Entre os problemas identificados na região estão a monotonia alimentar, ou seja, a falta de variedade de alimentos nas refeições, e o consumo exagerado de produtos como biscoitos e salgadinhos, baratos e nutricionalmente pobres.

“Com base nesta realidade definimos os conteúdos para abordagem junto aos profissionais de saúde, e dentre os principais temas está a importância do aleitamento materno”, explica Ester Mourão.

A nutricionista Tânia Batista, uma das instrutoras da Oficina destaca a necessidade dos profissionais de saúde informarem as grávidas, ainda durante o pré-natal, sobre os benefícios do aleitamento materno. “A futura mãe precisa ser convencida de que o leite materno é melhor alimento para o seu filho. Não se pode esperar a criança nascer pra dizer isso pra mãe, o ideal é que a sensibilização seja feita durante a gravidez”, diz.

Tânia explica ainda que o aleitamento materno deve ser exclusivo até aos seis meses de idade e complementado com outros alimentos até aos dois anos. Segundo ela, também é importante o acompanhamento da mãe durante esse período por existirem dificuldades naturais da amamentação que podem fazê-la desistir de amamentar. “O leite materno é o alimento mais completo para o bebê e é nessa fase que se estabelece a boa nutrição que vai garantir saúde e qualidade de vida à criança”.

A orientação sobre a alimentação de crianças maiores e a utilização de alimentos regionais no cardápio está sendo dada pela doutora em saúde pública e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Dionísia Nagahama. Ela lembra que o Amazonas tem frutos são altamente nutritivos, muitas vezes muita vezes desprezados pela população. “Precisamos mudar essa prática”.

Experiência – Martin Sanchez, médico generalista, que trabalha no hospital de Alvarães, conta que durante as palestras e atividades práticas aprendeu bastante. “Nós temos o conhecimento científico, que é universal, mas aqui estamos aprendendo que devemos levar em consideração a cultura local e trabalhar também com esse fator”, disse.

Ele relata que no município já existe um trabalho de sensibilização para a questão da amamentação e que irá reproduzir os conhecimentos adquiridos para a equipe da unidade de saúde onde atua. “Eu tive a oportunidade de vir, aprender, enriquecer meu conhecimento e vou poder colocar em prática na minha rotina de trabalho, mas se eu fizer o trabalho sozinho, não vou alcançar os resultados, por isso vou repassar o conhecimento para que todos trabalhemos juntos”, conta.

Maria de Neuza, que trabalha como Agente Comunitária de Saúde (ACS),
em Tefé avalia que poderá melhorar seu trabalho a partir de agora. “Aqui eu aprendi como conversar com as mães sobre a amamentação, sobre alimentos da região e vou conversar com as famílias que eu visito para orientar”. Segundo ela, nas famílias que acompanha há crianças com baixo peso. “A partir de agora tenho melhores condições de orientar as mães sobre como proceder para evitar que essas crianças cheguem ao
quadro de desnutrição”.

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Andréa Arruda
Francismar Lopes