Francisca mendes realiza procedimento inédito

O Governo do Amazonas realizou, por meio do Hospital Francisca Mendes,
a primeira cirurgia ginecológica por videolaparoscopia – procedimento
para retirada do útero. A técnica é pioneira no Estado e contou com a
participação de especialistas do Rio Grande do Sul e coordenadores do
setor de ginecologia da unidade.

Em pouco mais de uma hora, a paciente teve o útero removido. Segundo
Jaqueline Behrend Silva, ginecologista especialista em vídeocirurgia,
as vantagens são inúmeras, como a economia nos bancos de sangue, pois
este tipo de cirurgia não utiliza transfusão, além de ser menos
invasivo porque o médico trabalha com base na imagem da microcâmera
inserida no corpo da paciente. “O que antes era feito com um corte no
abdômen, agora pode ser corrigido com apenas duas incisões. A
videolaparoscopia é extremamente segura feita por pessoas
especializadas nessa área”, explicou.

O presidente da Sociedade Brasileira em Videolaparoscopia, Marco
Viana, citou a rápida recuperação da paciente e os ganhos estéticos
para as mulheres como os principais benefícios da vídeocirurgia. “A
cirurgia de vídeo tem uma menor agressão ao corpo humano, um tempo de
recuperação muito menor, a dor pós-operatória é menor e em termos
estéticos também porque fazemos pequenas inserções”, afirmou.

Jaqueline informou que a videolaparoscopia leva um tempo médio de 40
minutos a 1h30, dependendo do caso. O recurso pode interromper os
sofrimentos causados por miomas, sangramentos internos, endometriose e
outras anomalias.

Segundo a especialista, a precisão da laparoscopia é outro
facilitador da técnica, que também pode ser utilizada em diversas
especialidades médicas. “O procedimento tem um gama abrangente porque
podemos visualizar toda a cavidade abdominal do paciente, então caso
esse paciente tenha alguma outra doença associada podemos agir também,
junto com a cirurgia do útero”, alegou.

Os 16 médicos residentes do Hospital Francisca Mendes tiveram a
oportunidade de acompanhar a cirurgia em uma sala preparada com telão
conectado ao centro cirúrgico. De acordo com Ione Brum, chefe do
Serviço de Ginecologia do HFM, o objetivo é capacitar os futuros
profissionais da unidade, que é referência em atendimento médico
ginecológico. “Somos um hospital universitário, temos todo treinamento
para formar novos profissionais capacitados e assim beneficiar um
número maior de pacientes”, ressaltou. Por enquanto, o hospital não
vai inserir este tipo de cirurgia nos procedimentos de rotina.

O levantamento suplementar de saúde da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD), divulgado no início deste ano, mostrou que a
região Norte apresentou o menor número de mulheres histerectomizadas,
com 6,4%. Em 2009, a PNAD afirmou que 4,3 milhões de mulheres fizeram
a cirurgia no País. A maioria delas (93,5%) tinha idade igual ou
superior a 40 anos.
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Agência de Comunicação do Amazonas – AGECOM