Profissionais da saúde alertam para instabilidade postural e quedas de idosos

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Área Técnica Estadual de Saúde do Idoso e Ministério da Saúde, promoveu na última sexta-feira, no auditório da SUSAM, a “Oficina de Instabilidade Postural e Quedas”. O encontro teve a participação da representante do Ministério Público, Elizabeth Maciel, do secretário de Estado da Saúde, Agnaldo Costa, técnicos de saúde, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, entre outros para discutirem sobre a importância dos cuidados que se deve ter com a saúde do idoso.
Entre os temas discutidos, os palestrantes falaram sobre a Política Nacional de Saúde do Idoso; Prevenção e Tratamento da Osteoporose; Prevenção de Quedas; Impacto no Tratamento das Faturas Osteoporóticas e o Tratamento Medicamentoso da Osteoporose. Além das palestras, os profissionais se reuniram em grupos de trabalho para a prática dos assuntos estudados.
Segundo a representante do Ministério da Saúde, Elizabeth Maciel, os problemas relacionados às quedas aumentam com idade, e a prevenção em casa, ou no trajeto diário que o idoso irá percorrer deve ser constante. “De todas as fraturas associadas a osteoporose, a fratura de extremidade de colo de fêmur é a que apresenta uma maior conseqüência na qualidade de vida do idoso, com um índice médio de mortalidade de 30% nos primeiros seis meses após o trauma e perda da autonomia em 50% dos casos”, informou o secretário Agnaldo Costa.
Segundo os profissionais, muitos idosos têm medo de cair e esse medo fica mais comum à medida que a pessoa envelhece inclusive entre os que nunca caíram. Isso pode levar aos idosos evitarem atividades como caminhar, passear ou tomar parte em atividades sociais.
Na opinião de Elizabeth Maciel, o corpo do idoso por estar numa idade avançada fica mais frágil e é necessário suprir carência com cuidados adequados.
Para a Médica Geriatra do CAIMI Ada Viana, Marília Lobo, quedas não acontecem simplesmente, e as pessoas não caem somente porque ficaram idosas. Geralmente, há mais de uma causa ou fator de risco envolvido na queda. “À medida que os fatores de risco aumentam, também eleva a probabilidade de quedas e muitas delas estão relacionadas à condição física da pessoa ou problema médico, como uma doença crônica”, disse.
Lobo informou que o termo envelhecimento é usado para referir um processo ou conjunto de processos que ocorrem em organismos vivos e que com o passar do tempo levam a uma perda de adaptabilidade, deficiência funcional, e, finalmente, a morte. Estes processos são diferentes dos ritmos biológicos diários ou de qualquer outra mudança temporária.
Para tanto, as mudanças naturais que ocorrem nos indivíduos que envelhecem podem ser responsáveis por limitações funcionais que, frente ao aparecimento de afecções agudas ou crônicas ou mesmo riscos ambientais, podem levar o idoso a sofrer queda. A maneira normal de um indivíduo caminhar e sua estabilidade postural dependem do funcionamento adequado dos sistemas neuromuscular, sensorial e musculoesquelético, e do processo integrativo do sistema nervoso central

Como prevenir quedas

Segundo os profissionais reunidos na oficina muitas quedas resultam de fatores pessoais ou de estilo de vida que podem ser mudados. Seu médico pode avaliar seus riscos de cair e sugerir formas de preveni-las.
Algumas mudanças de prevenção:
* Ficar fisicamente ativo.
* Rever sua medicação.
* Checar a pressão sanguínea quando estiver deitado e em pé
* Checar sua visão.
* Escolher um calçado seguro.
Outras mudanças que você pode fazer na sua casa para torná-la mais segura:
* Remover ou evitar objetos perigosos.
* Melhorar a iluminação.
* Instalar parapeito nas escadas e barras para segurar no banheiro.
* Mover itens para tornar mais fácil alcançá-los.

Na opinião dos profissionais, o idoso ou quem com ele convive, deve ficar atento aos déficits de mobilidade do idoso, às perdas sensoriais, estado nutricional, desempenho físico, adaptações ambientais, isolamento.
A instabilidade postural aumenta com o envelhecimento e se manifesta por uma perda de reflexos de correção e um aumento na oscilação do corpo. A manutenção da instabilidade postural é uma função complexa, que requer integração central apropriada de sensações visuais, vestibulares e proprioceptivas, todas sofrendo declínio funcional com o envelhecimento.