Governo distribuirá 40 mil mosquiteiros

Moradores de comunidades expostas a elevados riscos de contaminação por malária em seis municípios do Amazonas – Manaus, Manacapuru, Presidente Figueiredo, Autazes, Careiro Castanho e Iranduba – receberão, até o final de maio, mosquiteiros especiais capazes de repelir ou matar o mosquito Anopheles, transmissor da doença. Em parceria com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o Governo do Amazonas, distribuirá inicialmente 40 mil mosquiteiros para atender a uma população estimada em mais de 11 mil pessoas. A distribuição começa após o levantamento de informações sobre a quantidade de redes, camas e berços existentes nas casas instaladas nas áreas mapeadas para o projeto. A coleta de dados será feita durante 15 dias a partir da próxima terça-feira (24).

Além da capital e dos municípios do entorno, o Governo vai levar o mosquiteiro para outras comunidades localizadas nas regiões dos rios Negro, Médio Solimões, Purus e Madeira. No total, 120 mil unidades serão entregues às populações destas localidades até dezembro, de acordo com planejamento da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS).

Do total de mosquiteiros já adquiridos para a proteção contra a malária nas áreas prioritárias para o combate à doença, 35 mil foram financiados pela Usaid, no valor aproximado de 300 mil dólares. Outros 120 mil foram comprados pelo Governo do Estado, com recursos próprios. As peças foram produzidas na China e na Alemanha, e já estão em Manaus.

Confeccionados com fibras impregnadas por deltametrina ou permetrina, inseticidas considerados inofensivos à saúde humana, mas eficazes no combate aos mosquitos, os mosquiteiros mantêm o efeito químico por cinco anos e depois deste período podem continuar a ser usados como barreira física aos vetores.

O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, destaca que o uso dos mosquiteiros impregnados é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para áreas de risco e estudos já realizados no Amazonas confirmam a eficácia da ferramenta de prevenção. Um projto piloto, desenvolvido pela Fundação na comunidade do Jabote, no município de Urucará, demonstrou queda expressiva no número de casos da doença entre os moradores do local.

A inclusão do mosquiteiro nas estratégias de combate à malária no Amazonas está prevista no Plano Plurianual de Prevenção e Controle da Malária, elaborado pelo Governo Estadual em 2007, cujo objetivo é reduzir em 70% os casos da doença até 2010, com quedas progressivas. Em 2008, o Amazonas registrou 136 mil casos de malária, 35% a menos que o notificado pelo Estado no ano anterior. Na capital, a redução foi de 45%. Para 2009, a previsão é de que a doença não ultrapasse os 84 mil casos e em 2010 os registros devem cair para 58 mil casos.

De acordo com o secretário estadual de saúde, Agnaldo Costa, os municípios selecionados para receber o mosquiteiro nesta primeira etapa apresentam alto risco de transmissão, com número elevado de casos e grande população de vetores. Segundo ele, a expectativa é que o uso do equipamento nestes locais garanta a proteção das famílias expostas à doença e redução significativa dos casos. Os seis municípios juntos respondem por 50% do total de casos de malária do Estado.

O secretário estadual de saúde, Agnaldo Costa, destaca que o acordo com a Usaid para apoio das ações integradas de controle da malária deverá ser expandido. Três novos projetos prevêem a distribuição dos mosquiteiros impregnados para outras regiões do Estado. Um deles, já aprovado, vai contemplar comunidades indígenas de São Gabriel da Cachoeira, a 852 km de Manaus. Os outros dois estão focados nos municípios de Ipixuna e Guajará, distantes mais de 1,3 mil km da capital.

A cooperação da Usaid com o governo amazonense está aliada à Iniciativa Contra Malária na Amazônia (AMI), uma parceria entre nove países da região amazônica patrocinada pela USAID, tendo como objetivos vigilância, controle de vetores e combate à resistência às drogas usadas no tratamento da malária. Nos últimos sete anos a USAID destinou mais de 20 milhões de dólares para essa iniciativa.

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