Luta antimanicomial terá programação cultural
O Dia Nacional de Luta Anti-manicomial, 18 de maio, será comemorado pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Silvério Tundis com uma programação cultural, voltada para os usuários da unidade e para as comunidades da zona Norte de Manaus, onde está localizado o Centro.
As atividades serão realizadas no sábado (17), a partir das 8 horas, no Cine Teatro do Centro de Convivência da Família da Cidade Nova. Haverá apresentação de danças, recital de poesia, coral, contos e exibição de filme, além da apresentação da peça O Auto do Boi, da Cia Baião de Dois.
A psicóloga Luciana Lopes, que integra a equipe técnica do Caps, informa que as atividades têm como objetivo promover a socialização dos usuários do Centro com a comunidade e divulgar o que é a luta anti-manicomial, mostrando que as pessoas que sofrem com transtornos mentais podem fazer tratamento sem a necessidade de internação e sem exclusão do seu meio social.
Segundo a psicóloga, a programação tem ainda o objetivo de levar arte e cultura aos que são atendidos pela unidade e aos moradores da região. “Muitos jamais assistiram a uma peça de teatro ou foram ao cinema”.
O Caps também lançará um jornal comemorativo. A edição vai trazer esclarecimentos sobre o processo de reforma psiquiátrica que aponta para o fim dos manicômios e a criação de uma rede assistencial substitutiva. No jornal também será publicado um balanço das atividades do Centro desde sua criação, em maio de 2006, além de depoimentos, trabalhos artísticos e poemas produzidos pelos usuários. A distribuição será feita entre os próprios usuários, a comunidade e outras unidades de saúde.
“Precisamos trabalhar com o esclarecimento e a sensibilização para o fim do preconceito”, diz Luciana. Ela destaca que a aceitação das diferenças ainda é uma barreira para o convício harmonioso do portador de transtornos mentais com a família e a comunidade. “Identificamos preconceito até de alguns profissionais de saúde na hora do atendimento”, garante.
O Caps Silvério Tundis pertence à rede de unidades da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e dá assistência para pessoas adultas portadoras de transtornos mentais, especialmente os que residem na zona Norte. Sua finalidade, de acordo com Luciana Lopes é atender psicóticos e neuróticos graves, embora o Centro também preste atendimento inicial a pessoas com transtornos leves ou moderados que, depois, são encaminhadas para atendimento ambulatorial na rede básica.
Atualmente estão sendo acompanhados pelas equipes do Caps cerca de 480 pessoas, sendo que 189 já estão inseridas em uma das quatro modalidades de atendimento oferecidas pela unidade: intensiva, semi-intensiva, não intensiva e de assistência médica. As pessoas assistidas participam, de acordo com as suas necessidades, de grupos psicoterapêuticos, atendimento individual, terapia ocupacional e oficinas de arte e culinária. Os familiares também são envolvidos no tratamento e participam de grupos familiares.
De acordo com Luciana Lopes, o acompanhamento no Caps visa evitar a internação das pessoas em sofrimento mental e reinseri-las ou mantê-las no meio familiar e social. “Dentre outros avanços, muitos usuários conseguiram retornar à escola ou ao mercado de trabalho”.
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