Pais doam córneas de criança para transplante
Em meio a dor da perda de um filho um gesto de solidariedade. Assim pode ser definido o ato da família do pequeno Adrisson de Jesus Souza, que decidiu doar as córneas do menor para o Banco de Olhos do Amazonas. Adrisson tinha 4 anos e foi vítima de atropelamento, em Manaus.
A decisão de fazer a doação foi tomada após a abordagem da equipe de psicologia e assistência social do Banco de Olhos, que atua nas dependências do Instituto Médico Legal (IML). As córneas foram removidas e irão beneficiar dois pacientes inscritos para transplante, de acordo com a ordem de prioridade.
A doação de córneas representa a esperança de voltar a enxergar para as pessoas que sofreram perda parcial ou total da visão, cujo único tratamento eficaz é o transplante.
O Banco de Olhos do Amazonas existe desde maio de 2004. É o órgão credenciado pelo Ministério da Saúde para captar, armazenar e distribuir córneas para transplante no estado. A unidade mantém equipes trabalhando 24h na captação do tecido nas unidades de urgência e emergência da capital e também mantém um posto em funcionamento no IML.
As córneas são captadas a partir de doadores cadáveres, cuja doação só pode ser autorizada pela família. Para que ocorra a doação, os familiares devem entrar em contato com o Banco através do telefone 3301-4789 e informar sobre a decisão. A unidade desloca uma equipe que faz o atendimento e a remoção do tecido.
As córneas passam por análise e recebem tratamento para serem armazenadas em líquido conservante por até 14 dias. Na avaliação das córneas são levados em consideração critérios como presença de edemas, dobras, sinais de infecção ou cirurgia prévia. Para que o tecido possa ser liberado para transplante é necessária ainda que esta passe por exames para diagnóstico de hepatite B e C, e HIV. Todos esses exames precisam ter resultado negativo.
Desde sua criação, em 2004, o Banco de Olhos já realizou 240 transplantes no estado. Atualmente 592 pessoas estão inscritas na lista de espera por uma doação. A lista é organizada pelo Ministério da Saúde e os pacientes cadastrados são escolhidos para o transplante seguindo os critérios de prioridade e compatibilidade.
Segundo a oftalmologista e diretora do banco, Cristina Garrido, o maior desafio para a unidade hoje é aumentar o número de doações e conseqüentemente diminuir a lista de espera. “Por isso trabalhamos 24h, conversando, sensibilizando, mostrando como as pessoas podem beneficiar alguém. A população precisa incorporar a prática da doação”.
Ela acrescenta ainda que qualquer pessoa é um doador em potencial e que depende apenas da família autorizar a remoção.
Serviço:
Banco de Olhos do Amazonas
Telefone: 3301 4789
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Assessoria de Comunicação – 3643 6327