FVS encontra 120 mil criadouros de Aedes

Mais de 100 mil depósitos de risco para a proliferação do mosquito Aedes aegyti foram identificados durante as duas primeiras semanas da Operação Impacto contra a Dengue. As ações da Operação são promovidas pelo Governo do Estado, em Manaus e contam com a parceria das Forças Armadas e secretarias municipais.

Relatório elaborado pela Fundação de Vigilância em Saúde, coordenadora da Operação, mostra que desde 25 de fevereiro, quando as ações foram iniciadas, cerca de 61 mil imóveis foram visitados pelos agentes de endemias e pelos militares.

Nas visitas, foram identificados e tratados 80 mil recipientes que apresentavam condições para o desenvolvimento das larvas do mosquito da dengue – vasos de plantas, calhas, baldes, caixas d’água, pneus velhos, lixo e material em desuso, propício para acumular água. Outros 40 mil depósitos foram eliminados.

O trabalho está sendo realizado nas zonas Leste, Norte e Oeste, contemplando os bairros que apresentam o maior risco de transmissão da dengue.

O diretor técnico da FVS, Bernardino Albuquerque avalia como satisfatória a colaboração da população durante as ações. “A recusa em receber as equipes tem sido baixíssima”. Os imóveis fechados ou abandonados que apresentam potencial para a reprodução do mosquito, como laje acumulando água ou caixa d’água aberta terão seus proprietários identificados. “Eles serão convidados a colaborar. Caso não queiram, encaminharemos a situação para o Ministério Público Estadual”, explica. Até o momento foram identificados 30 imóveis nessas condições.

Além das visitas casa-a-casa, equipes da FVS estão aplicando o fumacê em áreas mapeadas com grande concentração de mosquitos. “A aplicação do fumacê é feita pontualmente”, explica o diretor. Segundo ele, é uma estratégia de eliminar apenas mosquitos “adultos”, que não substitui a prevenção às larvas. “O mais importante é evitar que o mosquito se reproduza e isso se consegue eliminando os locais propícios ao desenvolvimento dos ovos, ou seja, recipientes que acumulam água”. Em 15 dias foram realizadas aplicações do fumacê em uma área correspondente a 77 mil imóveis.

As equipes de Educação em Saúde também estão em campo e já atingiram 150 escolas, por meio de 270 multiplicadores.

A Operação Impacto foi lançada no dia 25 de fevereiro com o objetivo de reduzir a densidade de mosquitos Aedes aegyti em Manaus, onde estão concentrados 95% dos casos de dengue, e evitar uma epidemia da doença.

O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, informou que até o fim das ações da Operação, previsto para 25 de abril, devem ser visitados 374 mil pontos residenciais e comerciais. A população sensibilizada deve ser de 1,3 milhão de pessoas.

Nos primeiros dois meses deste ano, o número de casos de dengue já corresponde à metade dos casos registrados em 2007. Até o momento foram notificados 490 casos de dengue clássica e 41 de dengue hemorrágica.

Dengue 4 não chegou ao Brasil

O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, afirmou que o sorotipo 4 da dengue ainda não chegou ao Brasil, embora já esteja em circulação da Venezuela. Ele explicou que todos os casos suspeitos de dengue em pessoas que visitaram o país vizinho estão sendo investigados. “Não podemos impedir que o vírus entre no país. Uma pessoa infectada leva até sete dias para apresentar os primeiros sintomas.” No ano passado 50 pessoas vindas da Venezuela tiveram suspeita de dengue, mas em nenhuma delas a doença foi confirmada.

Evandro também destacou que a dengue hemorrágica não é causada por um tipo específico de vírus. “É uma reação exacerbada à doença e depende do organismo de cada um e não do tipo de vírus.”

Estudo – Para saber o perfil da população de Manaus em relação à dengue, a FVS está realizando um inquérito sorológico inédito. Durante os últimos dois meses foram colhidas 1.350 amostras de sangue que serão enviadas para a Universidade de São Paulo, para análise sorológica. “Com isso, saberemos quantas pessoas tiveram dengue em Manaus e os tipos mais prevalentes, por bairro, o que vai facilitar a definição das nossas estratégias de controle”.

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