FVS concretiza ações de combate à malária

As ações de capacitação, supervisão técnica e mobilização institucional promovidas pelo Governo do Estado nos primeiros 15 dias de implantação do Plano de Impacto para redução da malária no Amazonas foram apresentadas à Imprensa na manhã desta segunda-feira (26) pelo secretário de estado da Saúde, Wilson Alecrim, e pelo presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Evandro Melo. O plano começou a ser implantado no último dia 7, com a meta de gerar redução de 70% nos casos de malária no Estado até o final de 2010.

De acordo com o secretário, o impacto na redução da doença começará a ser avaliado nos próximos 45 dias, embora as metas estabelecidas sejam anuais. Em dezembro já deve ocorrer queda em relação às projeções da FVS feitas para 2007. O ano deve ser fechado com 200 mil casos, 16 mil a menos que o previsto.

Entre as principais ações desenvolvidas nestes primeiros 15 dias, estão quatro cursos de capacitação voltados para a política de controle da malária para 43 técnicos cubanos convidados para atuar no interior do Estado e para 20 assessores que trabalharão no interior. Um curso de controle de qualidade no diagnóstico da malária foi oferecido para 33 revisores, e profissionais de 54 municípios amazonenses foram capacitados para a implantação de um novo esquema terapêutico para malária falciparum.

Segundo o presidente da FVS, Evandro Melo, foram feitas visitas técnicas em 18 municípios, onde também foram realizadas reuniões de mobilização com prefeitos e secretários de saúde.

Na área de mobilização social foram encaminhados ao Ministério da Saúde documentos propondo revisão do critério de reajuste do teto financeiro da vigilância em saúde; inclusão de microscopistas nas equipes do Programa de Ação Comunitária de Saúde; ampliação da rede de laboratórios com proposta de acréscimo de 500 postos de microscopia; critérios de financiamento para manejo ambiental e controle habitacional; mudança no uso de inseticida de borrifação intradomiciliar; e maior empenho de outros ministérios no programa de controle da doença.

Indígenas – Evandro Melo informou também que o Governo do Estado já está realizando o controle da malária em áreas indígenas, por meio de parceria com a Funasa e Ongs. Ele disse que a iniciativa do Estado se deveu ao número de indígenas infectados pela malária. “Eles respondem por cerca de 20% do total de casos”.

O trabalho está sendo feito, principalmente, no vale do Javari, no Parque do Juá e junto aos Yanomami, entre os quais a malária subiu 60% este ano com alta incidência do tipo falciparum, o mais grave (56%).

Uma ação delicada, na avaliação do presidente da FVS, está sendo feito também junto aos índios Suruwaha, no município de Tapauá, acometidos por surto de malária. Os Suruwaha vivem em área de difícil acesso, não falam português, são sensíveis ao inseticida usado para combater o mosquito e têm baixa imunidade, uma vez que a malária inexistia entre eles. Estudo epidemiológico mostrou que o surto teve início com a entrada de um missionário infectado pela doença. Até o momento foram registrados 25 casos em seis aldeias.

Parceria – Nesta primeira etapa do Pano, convênios também foram estabelecidos com a Prefeitura e secretarias estaduais (de Desenvolvimento Sustentável, Infra-Estrutura e Produção Rural) para a realização de ações que devem dar sustentabilidade ao programa de controle da malária. Entre eles está o de limpeza dos criadouros na área urbana de Manaus; e o que visa a implantação de tecnologias alternativas para tanques de piscicultura com menor risco para o desenvolvimento das larvas do mosquito da malária.

Também foi elaborada proposta de convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para implementar a avaliação do potencial malarígeno e imprimir ações de controle nos assentamentos. aFunasa para manejo ambiental em cinco municípios do Estado – São Gabriel a Cachoeira, Barcelos, Careiro, Guajará e Lábrea.

O coordenador estadual do Programa de Controle da Malária, Romeo Fialho, disse que também já começaram os inquéritos hemoscópicos, para que o exame de malária seja feito em 100% da população de risco. Além disso está sendo feito o mapeamento da necessidade de mosquiteiro impregnado com inseticida (serão distribuídos 50 mil em janeiro) e um acordo para melhoria das habitações de Coari e Borba.

O Plano de Impatco para redução da malária vai priorizar os 40 municípios com maior incidência da malária e que juntos respondem por 94% do total de casos registrados no Amazonas. As metas de redução prevêem até 140 mil casos em 2008, 84 mil e 2009 e 58 mil e 2010.

Em três anos o Governo do Estado e o Governo Federal devem investir no Plano R$ 276 milhões.
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