Capital deve reduzir tuberculose em 50%

A Coordenação Estadual de Controle da Tuberculose vai monitorar as ações para redução de 50% da tuberculose em Manaus, durante os próximos cinco anos. A meta de redução da doença foi estabelecida durante a criação do Comitê Municipal de Combate à Tuberculose e Redução da Co-infecção Tuberculose/HIV, na manhã de sexta-feira (09/11). O município contará também com o apoio do Ministério da Saúde e do Projeto Fundo Global.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) mostram que foram registrados 2.162 casos de tuberculose de todas as formas no estado, em 2006. Da forma bacilífera, ou seja a que atinge o pulmão e a única que permite a transmissão de pessoa a pessoa, foram diagnosticados 1.045 casos. Manaus concentra 70% este total. “Reduzindo o número de casos na capital estaremos reduzindo automaticamente os índices da doença em todo o estado”, destaca a coordenadora do programa estadual, Irineide Assumpção.

A taxa de incidência da tuberculose no Amazonas é de 65,2%. “Mesmo com reduções anuais ainda temos a segunda maior incidência no país”, diz a coordenadora. Cerca de dois mil casos novos são diagnosticados por ano no Estado.

Segundo Irineide Assumpção, o índice de mortalidade por tuberculose é baixo no Amazonas, variando entre 2% e 3%. “As mortes ocorrem por não adesão ao tratamento, resistência a todas as drogas disponíveis e associação com outras doenças como a Aids”, explica a coordenadora. Ela destaca que a associação entre a tuberculose o e HIV é muito comum me função da baixa imunidade dos portadores do vírus.

Estratégias – A coordenadora informa que, para alcançar as metas de redução da doença em Manaus, o município deverá ampliar o acesso dos pacientes ao serviço de diagnóstico, onde é oferecido gratuitamente o medicamento que garante a cura da doença. “Estamos capacitando os agentes comunitários de saúde para que, ao realizarem as visitas casa a casa, possam identificar pessoas com sintomas da doença e encaminhá-las ao centro de referência”, informa.

Os agentes também farão visitas domiciliares periódicas aos pacientes que estiverem em tratamento para garantir que estes estejam tomando a medicação corretamente e diminuindo o índice de abandono. “Nosso índice abandono é de 10%. O tratamento completo dura seis meses, mas dois meses após a primeira dose o paciente não apresenta mais sintomas e acredita não precisar mais do medicamento, embora ainda não esteja curado”, afirma Irineide.

O problema maior segundo a especialista é que os pacientes que abandonam o tratamento continuam com o bacilo e transmitem a doença para outras pessoas. “Nossa meta é atingir 85% de cura de todos os casos diagnosticados no estado e abandono abaixo de 5%. O ideal seria índice de abandono zero, mas 5% é a meta do Ministério”.

Segundo dados da coordenação estadual, além de Manaus, mais cinco municípios apresentam altos índices da doença: Itacoatiara, Parintins, Tefé, Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira. Nesses municípios, as secretarias municipais de saúde também já estão intensificando as ações de controle.

Os exames para detectar a tuberculose são oferecidos nas unidades básicas da rede municipal de saúde, gratuitamente, que devem ser procuradas com o surgimento dos primeiros sintomas: tosse por mais de três semanas, febre baixa, dores no peito, perda de apetite e suor noturno. O diagnóstico é feito através de raio X ou do exame de baciloscopia, que atesta ou não a presença do bacilo no escarro.

Os medicamentos são tomados durante o período médio de seis meses. No trabalho de prevenção a principal arma é a vacina BCG, ministrada em recém nascidos com até 30 dias de vida.

No Amazonas o centro de referência para diagnóstico e tratamento da doença é a Policlínica Cardoso Fontes, localizada no centro de Manaus, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Lá são atendidos os casos que exigem atenção de média complexidade. A unidade realiza exames confirmatórios, atende pacientes com complicações e

Panorama – Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) há em todo o mundo 8 milhões de pacientes com tuberculose, o que representa 1/3 da população. Cerca de 85 mil novos casos da doença são diagnosticados todos os anos no planeta e 6 mil pacientes morrem no mesmo período vitimados pela doença. A maior incidência da doença é registrada em países onde a população vive em condições precárias sem saneamento básico e condições mínimas de higiene.

________________________________________
Assessoria de Comunicação
(92) 3643-6327