Estudantes ajudam a combater endemias

Alunos da rede estadual de ensino serão os novos agentes de prevenção e combate às endemias nas zonas Oeste e Centro-Oeste de Manaus. Trinta e nove escolas da região irão adotar o programa de Prevenção de Endemias nas Escolas, cuja segunda edição foi lançada ontem de manhã pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e Qualidade de Ensino (Seduc). O programa tem o objetivo de esclarecer e sensibilizar os estudantes sobre riscos e medidas de prevenção a doenças como dengue, leishmaniose, febre amarela e, principalmente, malária.

Até o final de novembro equipes de educação em saúde da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), e técnicos e pedagogos da Seduc irão visitar as 39 escolas selecionadas para esta segunda etapa do programa mostrando, por meio de palestras, exibição de DVDs, cartilhas, faixas, cartazes e teatro de fantoches como cada um pode se proteger das doenças transmitidas por mosquitos. A meta é atingir aproximadamente 30 mil alunos do ensino fundamental e médio.

Cada escola vai receber um kit informativo que será usado para o trabalho junto aos alunos. As atividades, adequadas a cada faixa etária, serão abertas à comunidade. “Crianças e adolescentes são ótimos multiplicadores”, lembra o diretor presidente da FVS, Evandro Melo. Segundo ele, o trabalho nas escolas é uma estratégia eficiente para levar o conhecimento sobre formas de contágio e prevenção das doenças para o centro das famílias. “É mais fácil sensibilizar os jovens”.

Um dos resultados esperados com a atividade é a redução dos casos de malária. A zona Oeste da capital é considerada de risco elevado para a transmissão da doença. Em 2006 a área respondeu por 22,4% do total de casos registrados em Manaus. “Além de esperar impactos reais na redução da doença, queremos que cada um assuma a responsabilidade de cuidar da sua saúde tomando medidas de proteção e colaborando com o esclarecimento da comunidade em que vive”, diz Evandro.

Técnica da Coordenação do Programa Saúde do Escolar, Delta Segadilha destaca que as doenças são um dos fatores de evasão da escola. Segundo ela, não há pesquisas que apontem com exatidão a relação entre doença e ausência do aluno na escola. “Mas o percentual é alto”, garante.

A primeira edição do programa de Prevenção de Endemias nas Escolas foi realizada no segundo semestre do ano passado, nas escolas da zona Leste. No total, cerca de 30 mil alunos participaram das atividades promovidas pelas duas Secretarias.

A gerente de Educação em Saúde e Mobilização Social da FVS, Luciane Freitas, disse que o programa terá continuidade e que após cada edição, os alunos produzirão cartazes, slogans e músicas sobre o tema. A participação será por meio de concurso. O regulamento do primeiro deles, voltado para os alunos da zona Leste, está em fase de conclusão. “Queremos incentivar a participação premiando alunos e também professores que tiveram idéias inovadoras para divulgar o combate às endemias nas escolas”.

A Organização Mundial de Saúde aponta a educação como um dos fatores de impacto na redução de doenças e mortes. Segundo Evandro Melo, pesquisas internacionais mostram que há redução de 5% no índice de mortalidade infantil quando as mães passam de quatro para oito anos de escolaridade. “Queremos aproximar cada vez mais as áreas de educação e saúde para que as futuras gerações sejam mais saudáveis e conscientes do seu papel para a promoção da saúde individual e coletiva”.
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