AM adere à rede de saúde perinatal

O Amazonas aderiu à Rede Norte e Nordeste de Saúde Perinatal, criada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de melhorar a assistência aos recém-nascidos e, consequentemente, reduzir as taxas de mortalidade neonatal (de crianças com até 27 dias de vida). O lançamento estadual da Rede ocorreu na manhã de hoje (04/06) na sede da Secretaria de Estado da Saúde (Susam).

As propostas de trabalho foram apresentadas a cerca de 150 profissionais de maternidades públicas do Estado, que estarão envolvidos nas diversas etapas de implantação do projeto no Amazonas. “Temos o maior interesse em participar da Rede, que vem somar-se a outras ações desenvolvidas no estado e que já garantiram a redução de 24% na taxa de mortalidade neonatal entre 2002 e 2006.”, disse o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.

De acordo com ele, em cada grupo de 1.000 nascidos vivos morrem, atualmente, 10,5 crianças menores de 28 dias. A redução no número de mortes, que era de 13,7 por 1.000 nascidos vivos em 2002, é apontada com um dos melhores resultados do país que, de forma global conseguiu reduzir suas taxas em 7,1%. Para atingir esses resultados Alecrim disse que o Governo do Estado fez pesados investimentos na rede de atenção materna e infantil, incluindo a inauguração de duas maternidades e a ampliação da rede de leitos de cuidados especiais, além da adoção de práticas que garantiram a todas as maternidades estaduais o título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Unicef.

A coordenadora da área de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Ana Cecília Sucupira, disse que a Rede Norte e Nordeste de Saúde Perinatal visa reduzir as desigualdades entre as taxas de mortalidade do Norte e Nordeste e as registradas no restante do país. A coordenadora destacou que, de maneira geral, os índices nas duas regiões são entre 30% e 40% mais altos que a média nacional.

Na avaliação do Ministério da Saúde, entre as principais causas da mortalidade está a precária assistência no pré-natal, o que implica no nascimento de prematuros que sobrecarregam as UTIs neonatais. “Se não melhorarmos o pré-natal, teremos uma UTI a cada esquina e ainda vai faltar leito”, argumentou Ana Cecília. A teoria foi reforçada com dados apresentados pelo secretário Wilson Alecrim, mostrando que 78% das mortes neonatais ocorrem entre o nascimento e o 6º dia de vida. “O que aconteceu com este bebê e com esta mãe durante a gravidez?”, questionou.

Prioridade – Ana Cecília Sucupira garante que o Brasil voltou a colocar a redução da mortalidade infantil na pauta de prioridades e que já é o sexto país mais bem colocado no ranking de redução de mortes. “Nossos desafios são grandes. Somente em 2005, nasceram 3 milhões e 30 mil crianças no Brasil, o que representa toda a população do Uruguai”.

A coordenadora explicou que a Rede Norte e Nordeste de Saúde Perinatal vai atuar diretamente nas unidades neonatais de médio e alto risco (instaladas nas maternidades), mas que atuará de forma integrada com a rede de atenção básica (centros de saúde e programa saúde da família).

A presidente da Sociedade Amazonense de Pediatria, Denise Paula Nunes, destacou que a Rede vai permitir a coleta de dados de forma sistemática e profissional, apontando para a relação entre o serviço oferecido, os profissionais e a infra-estrutura das unidades de saúde. Ela incluiu nas preocupações da Sociedade o treinamento de parteiras que atuam nas comunidades de difícil acesso como medida para aumentar a qualidade do parto fora dos hospitais e reduzir as mortes neonatais. O órgão já capacitou 96 parteiras e em breve fará a segunda etapa do treinamento.

Multisetorial – A Rede Norte-Nordeste de Saúde Perinatal é coordenada pela Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, com apoio do Núcleo de Ensino, Assistência e Pesquisa da Infância César Victora da Faculdade de Medicina do Ceará. O trabalho da Rede, que conta com profissionais das unidades neonatais de cada estado das duas regiões, inclui a área de Gestão, Educação, estudos epidemiológicos e pesquisa. Os estados do Nordeste fizeram parte da primeira etapa de implantação da rede. Os do Norte estão entrando na segundo etapa, a partir do Amazonas.

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