Municipíos participam de Chamada Nutricional

Crianças menores de cinco anos, residentes em 15 municípios do Amazonas, terão seu estado nutricional avaliado, durante a primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra a poliomelite, em 16 de junho. O levantamento de informações faz parte da Chamada Nutricional que, pela primeira vez, irá abranger toda a região Norte.

O estudo é promovido pelos Ministérios da Saúde (MS) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e tem o objetivo é identificar desvios nutricionais e oferecer uma base de informações para a elaboração de ações de saúde pública voltadas especificamente para as populações em risco nutricional.

Os 15 municípios amazonenses sorteados para a amostra estadual são Itamarati, Guajará, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, Codajás, Barcelos, Careiro, Manicoré, Benjamin Constant, Manacapuru, São Sebastião do Uatumã, Apuí, Itacoatiara, Parintins e Manaus.

É a segunda vez que a população do Amazonas participa da Chamada Nutricional. No ano passado, o Estado realizou o estudo em 43 municípios. Quase sete mil crianças foram avaliadas em relação a peso, altura e situação sócio-financeira de suas famílias. Os dados estão sendo avaliados pela Fiocruz, no Rio de Janeiro, e devem ser divulgados no início de julho, de acordo com previsão da coordenadora de Alimentação e Nutrição da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), nutricionista Ester Mourão.

Dados do Sistema de Vigilância Nutricional (Sisvan) que acompanha beneficiários do programa Bolsa Família, mostram a situação de risco nutricional das crianças menores de cinco anos na região Norte. Segundo o Sistema, 3% das crianças acompanhadas têm ‘muito baixo peso’ para a idade e outros 10% têm ‘baixo peso’. O déficit de altura para a idade é de 24,5% e as crianças com risco de sobrepeso representam 7,5% dos que foram avaliados pelo Sisvan.

Ester Mourão diz que é consenso entre a Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição, do Ministério da Saúde, e as coordenações estaduais e municipais a necessidade de políticas e ações específicas para as populações que vivem em risco nutricional. Segundo a nutricionista, as peculiaridades regionais também precisam entrar na pauta. “O acesso dos nossos ribeirinhos aos alimentos é completamente diferente de outras populações”.

A nutricionista diz que uma das estratégias para melhorar a segurança alimentar é a promoção de esclarecimento junto às populações, o que já começou a ser feito pelos agentes comunitários de saúde na maioria dos municípios do Estado. “Temos frutas riquíssimas em nutrientes, que devem ser aproveitadas”.

Segundo Ester, parte dos problemas de desnutrição e obesidade entre crianças e mulheres grávidas no Amazonas, decorrem da ingestão errada de alimentos e da ‘monotonia alimentar, ou seja, da ingestão repetitiva de peixe e farinha, e do baixo consumo de frutas, verduras e outros complementos. O consumo restrito do cardápio gera deficiência de outros nutrientes como vitaminas e minerais.

A segurança alimentar foi discutida recentemente em Manaus durante a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional do Amazonas, onde representantes de órgãos estaduais e prefeituras municipais discutiram um conjunto de propostas para a implantação de programas nacionais que visam garantir à população brasileira acesso a alimentação de qualidade e em quantidade suficiente. As propostas serão apresentadas na conferência nacional sobre o tema, que acontece em julho.

Enfermeiros são capacitados para pesquisa

Enfermeiros representantes dos 15 municípios selecionados para a Chamada Nutricional participaram nesta quarta-feira (23) de um encontro com técnicos dos ministérios da Saúde (MS) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O evento, realizado no auditório do Instituo Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) teve o objetivo de capacitar o grupo para a aplicação da pesquisa, que será realizada no dia 16 de junho em toda a região Norte.

O levantamento das informações será feito durante a primeira etapa da campanha nacional de vacinação, junto a crianças menores de cinco anos. Serão aplicados questionários para avaliar o consumo alimentar, além de verificados o peso, a altura e outros indicadores do perfil nutricional dos menores selecionados.

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