FVS inicia novas ações de combate à dengue
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) deu início ontem à intensificação das ações de controle do mosquito transmissor da dengue em 18 bairros prioritários para a prevenção da doença, em Manaus. Ao mesmo tempo, iniciou nova metodologia para a visitação de locais considerados estratégicos, que agora recebem visitas diárias dos agentes de endemias.
No total, 450 pontos como cemitérios, borracharias, estaleiros e ferros velhos, foram mapeados na capital, tornando-se foco dos trabalhos. Além deles, em 26 bairros foram detectados mosquitos e larvas do mosquito da dengue, indicando risco de contaminação.
Enquanto os bairros estão sendo visitados, em sistema de mutirão, por 430 agentes que fazem a identificação e eliminação de criadouros do Aedes aegypti, quatro equipes, cumprem cronograma de visitação de 16 locais estratégicos por dia.
O trabalho tem o apoio dos grupos de educação em saúde, que tentam esclarecer e sensibilizar as comunidades para as medidas de prevenção, principalmente evitar acúmulo de água em depósitos domésticos, lixos e quintais.
Nesta terça-feira foram visitados um cemitério, uma borracharia, dez depósitos de ferro velho e sucatas, além de três estaleiros, localizados em oito bairros diferentes. “Em 100% destes locais há condições de proliferação dos mosquitos porque neles há material onde a água se acumula facilmente”, disse a coordenadora estadual das ações de prevenção da dengue, Luzia Mustafá.
Segundo Luzia, os locais onde a prevenção é prioritária são identificados por meio de um estudo que abrange os 56 bairros da capital. O levantamento, feito a cada dois meses, avalia, por bairro, a quantidade de criadouros potenciais do mosquito Aedes aegypti, além dos criadouros ativos (onde existem larvas) e a quantidade de pessoas que adoeceram por dengue.
A coordenadora explica que as áreas consideradas de risco são as que apresentam mais de um criadouro ativo em cada grupo de 100. As que apresentam dois ou mais são consideradas de alto risco.
A coordenadora destaca que o trabalho de controle da dengue vem sendo feito, em parceria com a população e com órgãos como a Secretaria Municipal de Saneamento e Limpeza Pública (Semulsp), com quem a ação nos bairros é articulada. “Promovemos mutirões de limpeza, tratamento de criadouros e ações educativas ao mesmo tempo”.
Controle – O diretor da FVS, Evandro Melo, garante que a meta da FVS é se antecipar ao surgimento de casos. “Mesmo que não existam registros da doença, o trabalho é feito com base no risco potencial”.
Segundo ele, o Amazonas é um dos únicos do país a adotar esta conduta. “O levantamento de riscos no restante do país é feito uma ou duas vezes por ano, enquanto nós fazemos seis vezes, o que nos permite trabalhar com a situação real de cada área geográfica”.
Outro diferencial, de acordo como diretor, é que o Estado definiu como área de alto risco aquela com 2% de infestação predial (presença de criadouros), valor menor que o definido pela Organização Mundial de Saúde, 3%. “Isso permite margem de segurança maior”, justifica.
Estado tem casos reduzidos
De acordo com estatísticas da Fundação, no ano passado houve redução de 42% nos casos de dengue em relação a 2005. No total, foram registrados de janeiro a dezembro apenas 559 casos em todo o Amazonas.
Desde a primeira epidemia de dengue no Brasil, Estado registrou apenas 114 casos de dengue hemorrágica e duas mortes, uma em 2001 e a segunda em dezembro do ano passado e só agora confirmada. No Brasil 61 pessoas morreram por dengue hemorrágica, somente em 2006.
De acordo com o infectologista Bernardino Albuquerque, diretor técnico da FVS, a dengue hemorrágica não está ligada a um tipo específico de vírus da dengue. “É uma manifestação exacerbada da doença, associada principalmente ao estado imunológico do paciente e suas reações próprias ao vírus”.
O diretor explica que a febre hemorrágica pode ocorrer na segunda ou terceira vez em que a pessoa tem dengue, quando o organismo está predisposto a reagir à doença com maior intensidade.
Para evitar a gravidade da doença, é importante procurar o serviço médico no início dos sintomas. “Mais eficaz ainda, é evitar a ocorrência da dengue”, destaca o médico. “Daí a importância do envolvimento da