Estado quer garantir mais recursos do SUS
O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, esteve em Brasília buscando pactuar com o Governo Federal a ampliação de recursos federais para a Média e Alta Complexidade no Amazonas.
Em audiência, na última sexta-feira, com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, José Gomes Temporão, Wilson Alecrim lembrou que o Amazonas é o Estado que mais investe recursos próprios em saúde (23%) e, no entanto, é o que recebe do governo federal um dos menores valores per capita do país. De acordo com Alecrim, Temporão mostrou-se sensibilizado e garantiu estudar um caminho para corrigir a distorção.
Durante o encontro, o secretário de saúde também discutiu a realização da nova fase do projeto de cirurgias para a capital e no interior do Estado e a habilitação de novos serviços na área de oncologia, saúde auditiva, nefrologia, traumato-ortopedia e tratamento intensivo.
Wilson Alecrim disse que o Amazonas vai dar continuidade ao programa de cirurgias eletivas (que não são de urgência), focando o atendimento a partir de agora nas microrregiões do Baixo Amazonas e do Médio Solimões. Segundo o secretário, os recursos necessários para a nova etapa do programa, na ordem de R$ 723 mil, já foram aprovados e devem ser liberados pelo Ministério da Saúde ainda neste primeiro trimestre.
Ele informou que em 2006 mais de 2 mil pacientes foram examinados e operados em 19 municípios, durante as duas primeiras etapas do programa. As cirurgias são viabilizadas por equipes de médicos e enfermeiros que realizam os procedimentos em sistema de mutirão nos hospitais regionais. Segundo Alecrim, os mutirões evitaram que mais de 4 mil pessoas, entre pacientes e acompanhantes, viessem buscar atendimento em Manaus.
Outro ponto discutido pelo secretário de Saúde com José Gomes Temporão foi a habilitação dos hospitais das fundações Cecon e Hemoam e do Hospital Universitário Getúlio Vargas na alta complexidade em oncologia. Temporão garantiu que a habilitação está sendo encarada como prioridade, uma vez que os três hospitais atendem não só o Amazonas, mas toda a Amazônia Ocidental e o sul do Pará.
Outra habilitação, que também está sendo considerada prioritária, conforme afirma José Temporão, é a do Hospital Santa Júlia na área de Nefrologia. A unidade atende pacientes do SUS que precisam fazer hemodiálise, mas até o momento todos os procedimentos são pagos pelo Governo do Estado, o que deixará de acontecer após a habilitação. Duas outras unidades – a policlínica Codajás e uma clínica particular – devem ser habilitadas na área de saúde auditiva.
Wilson Alecrim acrescenta que a atenção hospitalar deve ser reforçada com a contratualização do Hospital Padre Colombo, em Parintins – o que deverá ocorrer nos próximos 90 dias – e com a habilitação de três UTIs. A UTI da Fundação Adrinao Jorge, que já está credenciada e funcionando com recursos estaduais, deverá receber recursos federais, e as UTIs da Fundação Cecon, Maternidade Moura Tapajós e Prontocord serão habilitadas e credenciadas, passando a receber recursos federais.
Além disso, a alta complexidade em traumato-ortopedia deve ser incrementada nos hospitais Adriano Jorge e HUGV, onde já são realizados exames, consultas especializadas e procedimentos cirúrgicos, incluindo a colocação de órteses e próteses. O convênio do Adriano Jorge com o Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia vai continuar, viabilizando cirurgias de ombro, quadril e joelho, realizadas desde o ano passado. Pelo convênio, já foram operadas 210 pessoas com problemas graves, antes só resolvidos em outros Estados.