Malária tem novo tratamento

O Amazonas está utilizando um novo medicamento para o tratamento da malária. Trata-se do Coartem, uma droga que oferece maior rapidez no tratamento e ausência de efeitos colaterais. O medicamento, fornecido pelo Ministério da Saúde, substitui o quinino e a doxiciclina, antes utilizados no tratamento de pacientes com malária do tipo falciparum. Manaus e seis municípios do interior do estado com índices elevados da doença começaram a fazer uso do remédio na rotina, no início deste mês. Desde julho, o produto vinha sendo usado apenas em casos especiais.

A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, afirma que o Coartem é eficiente no tratamento de pacientes contaminados pelo plasmodium falciparum e também nos quadros de malária mista (plasmodium falciparum e vivax ao mesmo tempo). A droga, produzida pelo laboratório internacional Novartis, foi testada em pacientes do Amazonas, acompanhados pela Fundação de Medicina Tropical, que encaminhou ao Ministério da Saúde parecer favorável à utilização do produto no país.

O medicamento é uma associação de duas drogas (lumefantrine e artemether) e, de acordo com o infectologista Bernardino Albuquerque, diretor técnico da FVS, permite a eliminação do agente da malária no organismo, de forma mais rápida e eficiente.

O Coartem também tem como vantagem, segundo Bernardino, não causar incômodos ao paciente durante o tratamento. Ele afiram que os efeitos colaterais do quinino e da doxiciclina, principalmente zumbido no ouvido e surdez temporária associados à tortura, representam o principal motivo de abandono do tratamento antes da cura.

Antes de iniciar a utilização do Coartem no Amazonas, uma equipe técnica da FVS realizou a capacitação de médicos, enfermeiros e microscopistas que trabalham na área de controle da malária, a fim de normatizar o uso da nova droga.

O novo tratamento tem duração de três dias, dois a menos que o protocolo anterior, e é administrado em comprimidos, de 12 em 12 horas. Os pacientes devem refazer o exame sete dias após o término da medicação para comprovar a cura. O fornecimento do remédio é gratuito e as doses são formuladas de acordo com o perfil do paciente, incluindo peso e idade. O medicamento é distribuído exclusivamente pela rede pública de saúde e não está disponível para venda em drogarias.

Além de Manaus, o Coartem está sendo utilizado em Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Manacapuru, Iranduba e Careiro.

Novo tratamento será adotado em todo o Estado

O novo tratamento para malária será adotado em todos os municípios do Amazonas. Fundação de Vigilância em Saúde e Ministério da Saúde já trabalham na elaboração de um cronograma de implantação.

De acordo o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o uso do Coartem em todo o estado é de extrema importância, embora a malária falciparum represente apenas 25% do total de casos. “É o tipo que mais nos preocupa porque apresenta maior gravidade”, explica.

De acordo com o secretário, os casos de malária estão sendo reduzidos no Amazonas, mas ainda estão acima do patamar desejável. Estatísticas mostram que os casos de malária foram reduzidos em 24% em todo o estado, comparando os números de 2006 em relação a 2005. Na capital a redução foi de 40%.

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