Estado trasnplanta rim e córneas

A captação de córneas no Estado do Amazonas é feita pela equipe do Banco de Olhos do Amazonas, inaugurado em maio de 2004. A unidade funciona 24 horas e é responsável também pela avaliação, conservação e distribuição do tecido para os pacientes inscritos na lista única de receptores.

A diretora do Banco, oftalmologista Cristina Garrido comemora o crescimento no número de doações – em 2004 foram 22 e neste ano até o momento foram 106. Ela explica que quatro clínicas e cinco equipes fazem o transplante de córnea no Estado, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde. Mesmo assim, mais de 400 pessoas ainda aguardam o transplante. “Embora mais de 100 pacientes tenham feito transplante, a lista é dinâmica e a divulgação do serviço faz a procura aumentar”. O tempo médio de espera varia entre quatro e seis meses, dependendo da prioridade do caso, mas as situações de urgência, como córnea perfurada, têm atendimento imediato. A meta do Banco, segundo Cristina, é alcançar entre cinco e oito doações por semana.

O diretor da Clínica Santa Júlia, Edson Sarkis, chefe das equipes de transplantes renais, diz que 99% dos transplantes são feitos no Estado pelo Sistema Único de Saúde e que não há fila de espera para pacientes já preparados para o procedimento, ou seja, para aqueles que já têm doadores compatíveis. Os que têm indicação de transplante, mas ainda aguardam confirmação de doador compatível chegam a 390, de acordo com a Central Estadual de Transplantes.

A quantidade de pacientes que aguardam o transplante será reduzida sensivelmente com o laboratório de Histocompatibilidade de Tecidos (HLA), que deve entrar em funcionamento na Fundação Hemoam, dentro dos próximos 30 dias, conforme anunciou o secretário Wilson Alecrim. No laboratório, será possível realizar os testes de compatibilidade para todos os tipos de transplantes que vierem a ser realizados no Estado. Atualmente estes exames são feitos fora do Amazonas.

Wilson Alecrim disse que a Secretaria de Saúde já trabalha na formação das equipes pra o transplante de fígado. “É nossa prioridade, uma vez que temos alta demanda em função das hepatites B e C”. Ele informou que os transplantes hepáticos vêm sendo feitos em São Paulo e, principalmente no Rio Grande do Sul, mas que devem começar a ser feitos no Amazonas dentro dos próximos dois anos. O passo seguinte é o transplante de coração, que deve ser concretizado em um prazo maior – quatro a cinco anos.

Pacientes transplantados têm vida nova

Na abertura da Semana Nacional da Doação de Órgãos pacientes de várias faixas etárias estavam reunidos para comemorar a recuperação da visão alcançada com o transplante de córnea. Era o caso do pequeno William Araújo, de apenas 7 anos. Segundo a mãe, Silvana Nascimento, ele foi uma das primeiras crianças contempladas com uma córnea captada no Estado. Recebeu o transplante no dia 07 de dezembro de 2004. “Ficamos muito felizes. Hoje o William leva uma vida normal, vai escola e brinca muito”.

A estudante de fisioterapia, Natália Gonçalves, também recebeu uma córnea do Banco de Olhos. Ela conta que sofre de uma doença que degenera as córneas e leva à cegueira. “Antes dos 15 anos, já tinha perdido quase toda a visão. Depois do transplante, estou enxergando muito bem”. Ela fez o transplante da córnea esquerda há cerca de um mês e ainda precisará substituir a córnea direita. “Esperei sete anos por esse transplante, mas hoje estou muito feliz”. Situação semelhante está sendo vivenciada por Daniel Vitor Lima de Souza, 14 anos. Em julho deste ano ele transplantou uma córnea sadia no olho esquerdo. O jovem também é vítima de uma doença degenerativa, diagnosticada aos 11 anos. “Tentamos o uso de lentes, mas a doença evoluiu e a única alternativa foi o transplante”, explicou o pai de Daniel, Jackson Costa Lima. Ele contou que o filho viveu momentos de profunda tristeza, com impactos inclusive no relacionamento com a família e com os amigos. “O resultado do transplante foi ótimo e hoje ele está muito bem”, garante.

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