Amazonas vai levantar perfil nutricional infantil

As crianças menores de cinco anos, que moram na capital e nos municípios do interior do Amazonas serão avaliadas quanto ao seu perfil nutricional. Uma pesquisa, coordenada pelo setor de Alimentação e Nutrição, da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pelo Unicef, será feita no mês de agosto, visando o levantamento de dados que indicará o estado nutricional desta parcela da população, considerada a de maior vulnerabilidade quanto à subnutrição.

O estudo vai contar com o apoio da Associação dos Municípios do Amazonas, Secretaria Municipal de Saúde, Inpa e universidades Estadual e Federal do Amazonas e deve ser realizado durante a segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a poliomelite, no dia 26 de agosto.

O modelo da pesquisa, desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, foi discutido durante esta semana entre profissionais do Amazonas e a coordenadora geral de Avaliação e Monitoramento, do MDS, Leonor Pacheco. A coordenadora apresentou o questionário que será aplicado no estudo e definiu com a equipe local as estratégias para abordagem e adesão dos entrevistados.

De acordo com Leonor, serão incluídas na pesquisa, por amostragem, crianças levadas aos postos de vacinação que estejam acompanhadas de familiares ou responsáveis capazes de responder a perguntas sobre renda e hábitos de alimentação da família. Além da entrevista, será feito um estudo antropométrico, das crianças selecionadas, para verificar peso e altura, dentre outros aspectos. Os dados serão compilados e avaliados quantitativa e qualitativamente. “Os resultados irão mostrar a realidade nutricional dessas crianças e servirão de base para ações específicas”, adiantou Leonor.

A coordenadora estadual de Alimentação e Nutrição, Ester Mourão, explica que o Amazonas será o primeiro estado fora do Nordeste a aplicar a pesquisa. Segundo ela, o levantamento do perfil nutricional das crianças será importante para a implementação, no Estado, da política nacional de alimentação e nutrição e para a avaliação de medidas que visam melhorar o acesso da população aos nutrientes, em quantidade e qualidade adequados.

Estudos pontuais mostram que na maioria das comunidades do interior, o maior problema não é a falta do alimento, mas a má alimentação. “Muitas famílias perderam o hábito de comer alimentos naturais, como as frutas regionais, ricas em nutrientes, e estão preferindo produtos industrializados”, diz Ester. Com isso, segundo ela, as necessidades nutricionais não são supridas e aumentam tanto os casos de subnutrição quanto os de obesidade.

Segundo Ester, alguns programas relacionados à política de alimentação e nutrição já foram implantados no Estado. É o caso do Sistema de Vigilância Alimentar (Sisvam) e do programa de suplementação de ferro. “Agora, essas e outras ações serão incrementadas na capital e no interior”, garante. Uma oficina, reunindo inicialmente 28 municípios amazonenses, foi realizada nesta semana pela Susam, como atividade paralela às discussões para a realização da pesquisa sobre o perfil nutricional infantil. “Estamos capacitando os coordenadores municipais de alimentação e nutrição e envolvendo os agentes comunitários de saúde para a orientação e monitoramento das questões nutricionais da população amazonense”

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Assessoria de Comunicação da SUSAM