Estado alerta para a pneumonite

As unidades de urgência, emergência e atenção básica de saúde, incluindo postos de saúde, hospitais, SPAs e pronto-socorros, estão sendo alertadas pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) sobre o surgimento de novos casos de pneumonite eosinofílica – uma espécie de pneumonia atípica, de causa ainda não definida, que vem ocorrendo anualmente Estado, normalmente entre os meses de março e julho. A doença não é grave e o paciente fica curado dentro de três a cinco dias, se tratado corretamente.

Ontem (24) oito casos – os primeiros de 2006 – foram notificados à vigilância estadual. Cinco pacientes foram atendidos e diagnosticados em um serviço de pronto atendimento da rede pública e os outros três em um hospital da rede privada. Todos foram medicados e já receberam alta. Uma investigação, visando a identificação de fatores de risco para a doença, será feita junto a este grupo de pacientes.

Além do alerta para a ocorrência de novos casos, o documento despachado ontem pela FVS, contém também as orientações para o correto atendimento e tratamento dos pacientes que procurarem assistência médica com sintomas da doença.

Os profissionais estão sendo alertados a suspeitar de pneumonite eosinofílica diante de sintomas que são comuns a outras doenças – tosse seca acompanhada de febre, dor de cabeça, calafrios, dor no tórax e diarréia. Os serviços de saúde estão sendo orientados, ainda, a notificar imediatamente os casos suspeitos.
O diretor da Fundação, Evandro Melo, orienta a população a procurar atendimento nas unidades de saúde, caso surjam esses sintomas. Ele diz que que o alerta tem função preventiva e que este é o segundo emitido em 2006 pela Fundação. O primeiro foi feito em janeiro, apesar da não ter havido na época nenhum registro de caso.

O diretor técnico da FVS, infectologista Bernardino Albuquerque, informa que embora venha ocorrendo desde 2001 e tenha formas de manifestação e evolução esclarecidas, este tipo de pneumonia ainda não tem causa definida. Um grupo de trabalho, envolvendo pesquisadores da Secretaria de Estado da Saúde e outros órgãos de pesquisa estaduais, foi montado no ano passado para realizar estudos ainda não concluídos. “Sabemos que a transmissão da doença não ocorre por meio do contato direto com o doente”, tranqüiliza. Ele acrescenta que a doença tem característica alérgica e que deve ter como causa agentes biológicos ou contaminantes ambientais. “Normalmente os mais atingidos são adultos e é comum que várias pessoas da mesma família manifestem os sintomas”, esclarece.

Segundo Bernardino, a doença é caracterizada como pneumonite eosinofílica, dentre outros fatores, porque provoca o aumento de células brancas chamadas eosinófilos. O diagnóstico é feito a partir dos sintomas, análise de Raio X e exames laboratoriais que indicam principalmente elevada quantidade de leucócitos e eosinófilos (células do sangue). Ele informa que para o tratamento da doença são utilizados medicamentos para controle dos sintomas. “Pessoas com os sintomas iniciais da pneumonite devem procurar uma unidade de urgência”, recomenda.

Pesquisadores buscam o agente causador
O grupo de trabalho formado pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) para atuar nas investigações da causa da pneumonite eosinofílica no Estado, está trabalhando na identificação de fungos que possam desencadear a doença. O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, explica que os pesquisadores estão levantando fatores de risco, incluindo dados ambientais e hábitos de vida e alimentação de pessoas que estiveram doentes para comparar os resultados com os de pessoas não atingidas pela pneumonite.

O secretário diz que estão sendo consideradas todas as informações levantadas nas pesquisas anteriores, realizadas inclusive por representantes do Ministério da Saúde. Ele informa que, dentre outros resultados, já foram descartados como prováveis agentes causadores da doença as bactérias do tipo Legionella e Clamidia e alguns vírus, incluindo o Adenovírus e o vírus sinsisial respiratório.

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