Governo garante cirurgias de retina
Pela primeira vez no Amazonas os usuários do Sistema Único de Saúde poderão realizar tratamento para correção de descolamento de retina no próprio Estado. Por meio de contrato com a organização privada Oculistas Associados, o Governo do Amazonas vai garantir, a partir de hoje, a realização do procedimento, considerado de alta complexidade, beneficiando inicialmente 60 pacientes que precisariam viajar por meio do programa TFD (Tratamento Fora de Domicílio).
O contrato com a instituição, assinado ontem, prevê o repasse global R$ 186 mil, destinados ao pagamento das despesas com os procedimentos cirúrgicos e ao acompanhamento clínico antes e após o procedimento. Os pacientes serão atendidos no Instituto de Oftalmologia de Manaus, unidade dos Oculistas Associados, e a média de atendimentos será de 10 pacientes ao mês.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o contrato faz parte de um conjunto de ações que vêm sendo promovidas pelo Governo para ampliar a oferta de serviços, desafogando a rede própria. “Ao mesmo tempo, estamos viabilizando procedimentos até então não oferecidos no Estado, evitando a ida dos pacientes para outros centros e abreviando o tempo de espera para o tratamento”.
O secretário ressalta que na área de oftalmologia de alta complexidade, o Estado já implantou o serviço de transplante de córnea, que vem beneficiando pacientes adultos e crianças desde 2003. “Os tratamentos complexos de retina são mais um passo”.
Alecrim informou que atualmente há cerca de 100 pessoas com diagnóstico de deslocamento de retina cadastradas na Secretaria de Estado da Saúde. Esses pacientes teriam que ser direcionados, via Ministério da Saúde, para um dos centros nacionais de oftalmologia para ter o problema resolvido, o que demandaria um tempo bem maior. “Agora, estamos evitando o deslocamento de quem precisa do tratamento e evitando todos os transtornos financeiros e emocionais desse deslocamento”.
O presidente do Instituto de Oftalmologia, Jocob Cohen, informou que os pacientes serão atendidos por ordem de prioridade, definida por aspectos como gravidade do caso e tempo de espera pelo atendimento. O oftalmologista explicou que o deslocamento de retina é causado por diversos fatores, incluindo diabetes, hipertensão, miopia e predisposição genética. O procedimento para correção do problema é a colagem da retina, o que pode ser feito por meio da aplicação de laser, óleo de silicone, gás e por meio de cirurgia convencional. “É um procedimento que utiliza técnicas modernas e está incluído entre aqueles considerados de alta complexidade”.
Na opinião de Jacob Cohen, o contrato com o Governo do Estado vai atender uma necessidade importante da população e evitar a demanda reprimida. Ele informa que o Instituto de Oftalmologia, com 30 anos de atividade e 22 médicos oftalmologistas associados, mantém uma equipe específica para cirurgias de retina. Além de contar com a experiência do Instituto, os pacientes beneficiados deixarão de pagar entre R$ 8 e R$ 12 mil, valor médio do procedimento no serviço particular.
Reforço – O secretário Wilson Alecrim destaca que o Hospital Universitário Getúlio Vargas é outra unidade contratada pelo Governo do Estado para as cirurgias de retina. Com o hospital, foi firmado contrato de cerca de R$ 100 mil, para viabilizar o procedimento. O recurso já foi liberado e conforme o diretor Sérgio Ferreira Filho, as cirurgias devem ter início logo após a chegada de uma lente indispensável à cirurgia, que já foi adquirida. No HUGV os atendimentos serão feitos aos sábados e mensalmente devem ser operados entre oito e dez pacientes. “Com as duas unidades adequamos a oferta às necessidades da população”, garante.