Estado garante alojamento em Porto Alegre
Os pacientes que precisam de transplantes de fígado terão, a partir de agora, local específico para alojamento em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde funcionam os centros referenciais para tratamentos hepáticos de alta complexidade e para onde são encaminhados os amazonenses com indicação do transplante. Uma casa será alugada na capital gaúcha com recursos do Governo do Amazonas, que vai repassar R$ 48 mil, via Secretaria de Estado da Saúde (Susam), à Associação dos Transplantados de Fígado e Portadores de Doenças Hepáticas do Estado do Amazonas. O convênio com esta finalidade foi assinado nesta sábado.
A viabilização de um espaço para os pacientes que vão para tratamento em Porto Alegre foi reivindicada pela Associação e aceita pela Susam. “Como o fígado tem de ser transplantado logo após a morte do doador, os pacientes inscritos para o transplante precisam se deslocar para Porto Alegre quando estão próximos do atendimento”, informou o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.
Segundo o secretário, o período de espera, já no Rio Grande do Sul, pode ultrapassar um ano, já que o transplante ocorre somente após o surgimento do doador e a confirmação de compatibilidade com o receptor. Após o transplante o paciente também precisa permanecer por vários meses na cidade, para recuperação e, após a alta, ainda precisa retornar periodicamente para avaliações médicas. “Por isso é importante uma moradia”, explica.
O secretário destaca que os pacientes continuarão recebendo a ajuda de custo no valor de R$ 450,00 mensais para despesas com outros itens como alimentação e transporte.
De acordo com o presidente da Associação dos Transplantados de Fígado e Portadores de Doenças Hepáticas do Estado do Amazonas, Rildo Soares, atualmente oito pacientes estão em tratamento em Porto Alegre e outros 22 estão inscritos para o transplante. A expectativa do presidente é de que os R$ 48 mil, que serão liberados pelo Governo do Estado em três parcelas de R$ 16 mil, garantam um ano de aluguel.
Amazonas – Wilson Alecrim adiantou que o Estado já está se estruturando para realizar os transplantes de fígado dentro de dois ou três anos, evitando o tratamento fora de domicílio. Uma equipe deve ser montada com profissionais já capacitados e os procedimentos devem ser realizados no Hospital Universitário Getúlio Vargas.
Antes disso, a Secretaria pretende criar as condições para as consultas de acompanhamento após o transplante, para que os pacientes sejam atendimentos regularmente em Manaus, sem a necessidade de retornar à Porto Alegre. Este atendimento vai complementar a assistência farmacêutica integral á qual os transplantados já têm direito.
O transplante de fígado é indicado principalmente nos casos de cirrose. A doença, causada por alguns fatores, incluindo as hepatites B, C e Delta associada ao vírus B, em 5% dos casos pode evoluir para o câncer hepático. A estimativa, no Amazonas, é de que entre 0,4 e 12% da população (dependendo da região) estejam em contato com o vírus B, e 1,4% convivam com o vírus C. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, no mundo inteiro cerca de 250 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus C da hepatite.