Estado reduz óbitos por cardiopatia

As crianças portadoras de cardiopatia congênita estão recebendo maior assistência médica e de diagnóstico da Secretaria de Estado da Saúde e por este motivo o número de óbitos vem sendo reduzido nos últimos anos.

A afirmação é do secretário estadual Wilson Alecrim e tem como base os dados do Sistema Nacional de Informação de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. No período de 2000 a 2002, o Sistema registrou 212 mortes de crianças menores de cinco anos, portadoras de algum tipo de cardiopatia causada por má formação. Já entre 2003 e 2005, ocorreram de acordo com os registros nacionais 171 óbitos pela mesma causa. A redução foi 19,3%.

Alecrim diz que não só o Estado criou melhores condições para o diagnóstico precoce, como vem ampliando o acesso dessas crianças ao tratamento.

Segundo o secretário, a Susam trabalha em planos que visam estruturar o serviço de cirurgias cardíacas em crianças e, ao mesmo tempo, está ampliando o acesso dos pacientes ao tratamento em outros estados. “De 2000 a 2003 foram somente 51 as crianças que tiveram a oportunidade de se submeter a uma cirurgia para correção de cardiopatias. Nos últimos três anos encaminhamos 153 crianças para tratamento fora do estado e apenas sete delas com mandado judicial“. De acordo com ele outros 15 pacientes viajam para tratamento, via TDF, até o próximo dia 19 de dezembro.

O incremento de mais de 100% na assistência às cardiopatias, afirma Alecrim, é fruto da organização do programa estadual de Tratamento Fora de Domicílio. O programa está vinculado à Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade e dá apoio ao Estado no direcionamento dos pacientes para os centros médicos mais adequados, de acordo com a patologia de cada um.

As condições para a realização das cirurgias no Amazonas estão sendo criadas na rede pública e na rede privada. O projeto que vai adequar o Hospital Universitário Francisca Mendes para a correção de cardiopatias congênitas está pronto e as obras de adequação, que incluem uma UTI pediátrica, devem ser concluídas no primeiro semestre de 2006. O hospital já mantém um ambulatório de Cardiopatia Congênita e já realiza cateterismos terapêuticos, por meio dos quais problemas cardíacos menos complexos podem ser solucionados, sem a necessidade de abertura do tórax. Este tipo de cirurgia começou a ser realizado este ano e já contemplou 13 crianças menores de 12 anos.

Enquanto a estrutura não fica pronta na rede pública, o Estado vai garantir o atendimento, via contrato, no serviço privado. Dezoito crianças já estão agendadas para os exames clínicos e laboratoriais que antecedem as cirurgias. A avaliação deste primeiro grupo, de um total de 53 crianças cadastradas, deve ser concluída dentro dos próximos dez dias. As cirurgias, que serão realizadas no Hospital Santa Júlia, atenderão a 15 tipos de cirurgias. “Apenas alguns pacientes ainda precisarão viajar. A maioria poderá ser atendida em Manaus”, estima o secretário. Ele destaca que o atual governo está preocupado em manter os serviços na rotina, evitando a descontinuidade. “Estamos ordenando os serviços e definindo cada passo de acordo com as necessidades da população e as condições técnicas do Estado”, explica.

Alecrim ressalta que somente nos últimos três anos o Governo vem a solução para o atendimento em cardiologia infantil. “Pela primeira vez teremos, na Amazônia Ocidental cirurgias cardíacas pediátricas, continuadamente”.

As cirurgias cardíacas pediátricas, segundo o secretário, são classificadas como as mais complexas e de maior risco na área cirúrgica, mas representam a única alternativa para os casos graves de cardiopatia congênita.