Saúde Mental tem comemoração em Manaus
Cerca de 150 pessoas, entre portadores de transtornos mentais, estudantes e profissionais da área de saúde estiveram reunidos ontem (10/10) em uma passeata em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental. O evento, batizado de 2ª Parada do Orgulho Louco, teve como objetivo chamar a atenção da sociedade para a necessidade da inserção dos portadores de transtornos mentais no convívio social. O evento foi realizado pela Associação Chico, com apoio da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (Susam).
As atividades tiveram início às 8h com a concentração dos manifestantes no entorno da igreja da Matriz, no centro de Manaus. Organizados em grupos e carregando faixas com frases que pediam a urgência da reforma psiquiátrica, os manifestantes deram início à caminhada por volta das 9h. A passeata percorreu a avenida Eduardo Ribeiro, e nem mesmo o forte sol da manhã impediu que os manifestantes gritassem palavras de ordem pedindo melhores condições de vida para os portadores de transtornos mentais do Amazonas.
Após a passeata, os manifestantes se concentraram no Largo de São Sebastião, onde participaram de atividades sociais e culturais. Houve apresentação de grupos de capoeira e exposição de produtos artesanais feitos pelos pacientes internos do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, durante as atividades ocupacionais. Os pacientes também tiveram a oportunidade de expressar suas idéias e fazer suas reivindicações, falando no microfone de um carro de som.
A passeata teve o objetivo de chamar a atenção e mobilizar a sociedade para os direitos dos pacientes da saúde mental que ainda são vitimas do preconceito e da discriminação. Segundo o coordenador do Programa Estadual de Saúde Mental, Rogelio Casado, essas pessoas em geral não encontram apoio e isso aumenta seu sofrimento. “Os próprios familiares tem vergonha dessas pessoas e acabam por isolá-las em casa para não se tornarem motivo de piada na rua”, disse.
Casado disse que a coordenação está trabalhando em ações de conscientização da população e também na implantação de políticas públicas que visem à melhoria dos serviços de atendimento à saúde mental, como a implantação da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que irão substituir os tradicionais hospícios. “Esse centros são propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e oferecerão o tratamento ideal aos pacientes”, informou. O primeiro Centro tem previsão de inauguração para dezembro e irá funcionar no bairro de Santa Etelvina, zona Norte.
A 2ª Parada do Orgulho Louco, contou com a participação e o apoio de associações, sindicatos, centros acadêmicos, escolas da rede pública, grupos de capoeira, familiares e amigos de portadores de transtornos mentais.