Fundação Alfredo da Matta faz 50 anos

Antigo Dispensário, criado em 28 de agosto de 1955 para receber e tratar pacientes com “lepra”, a Fundação Alfredo da Matta completa neste domingo seus 50 anos de história. As comemorações de aniversário, realizadas ao longo da semana entre pacientes, servidores e colaboradores, foram encerradas ontem, com uma sessão de homenagens. No auditório lotado, na sede da unidade, no bairro da Cachoeirinha, funcionários atuais, autoridades, profissionais de saúde e apoiadores de ontem e de hoje, assistiram à outorga da medalha Alfredo Augusto da Matta a treze profissionais que se destacaram na tarefa de promover o crescimento e o desenvolvimento da instituição nas últimas décadas.

Entre os homenageados está o atual diretor da faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas, Carlos Augusto Borborema. Emocionado e aplaudido de pé, o médico, secretário de saúde por três vezes e professor universitário respeitado por várias gerações, destacou os avanços da Fundação Alfredo da Matta, responsável pela construção de um novo cenário estadual em relação à hanseníase. “Antes a doença era marcada pelas mutilações, pelo preconceito e pela exclusão”.

Também homenageado pelos 50 anos da Fundação, o médico ex-diretor da instituição e atual diretor presidente da Fundação de Medicina Tropical, Sinésio Talhari, ressaltou que houve uma mudança radical na questão da hanseníase no Estado, a partir do início dos anos 70. “Atualmente a doença é tratada em todos os postos de saúde, e a Fundação atua na coordenação dos trabalhos, treinamento e pesquisa, o que garante ações articuladas e com resultados excelentes, apesar de a doença ainda representar um problema de saúde pública no país”, disse.

Referência – A atual diretora, dermatologista Maria da Graça Cunha, lembrou que a Fundação Alfredo da Matta conquistou referências importantes pelo trabalho na área de dermatologia e doenças sexualmente transmissíveis. “Somos referência nacional para o programa de controle e eliminação da hanseníase e outras dermtaoses de interesse sanitário, e centro de referência para a América Latina nos campos de ensino, pesquisa e ações de controle da hanseníase”. Além disso, destacou, a Fundação é centro de referência estadual em Doenças Sexualmente Transmissíveis.

A diretora disse que no Estado a incidência da hanseníase em menores de 15 anos caiu cerca de 60% desde a década de 80 e, na população em geral, novos casos da doença caíram em 40%.

Com o tratamento gratuito e acompanhamento médico e ambulatorial a hanseníase é 100% curável, com raros casos de recidiva (reaparecimento da doença). O tratamento dura entre seis e doze meses, em média, e já é oferecido em todos os municípios do interior.

O Alfredo da Matta mantém parcerias nacionais e internacionais na área de pesquisa e assistência e de acordo com Graça Cunha, novos serviços vêm sendo implementados pela Fundação. Ela destaca a cirurgia dermatológica, a ampliação de laboratórios especializados, a assistência farmacêutica e a implantação de ambulatórios especializados como o de Dermatologia Pediátrica, de Psoríase, de Patologia Oral e de Cosmiatria.