Campanha de vacinação vai até setembro

A meta de vacinar mais de 440 mil crianças menores de cinco anos contra a paralisia infantil, em todo o Estado, só deve ser atingida daqui a 30 dias, prazo estipulado pela Secretaria de Saúde do Estado (Susam) e Ministério da Saúde, para a conclusão da segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação nas áreas rurais dos municípios do interior. Na capital, a campanha também só será encerrada dentro de 15 dias, período em que a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) continuará oferecendo a vacina nos postos de saúde e, de forma itinerante, com unidades móveis que visitarão creches e escolas. A meta nacional de vacinação é atingir 95% das crianças que têm entre zero e cinco anos incompletos.

Balanço parcial da campanha, divulgado nesta segunda-feira pela Coordenação Estadual do Programa Nacional de Imunização (PNI), mostra que em Manaus foram vacinadas cerca de 86,4% das 196.197 crianças que representam a meta na capital. No interior do Estado, a campanha atingiu 65,8% dos 247.512 menores de cinco anos. Os municípios de Boa Vista do Ramos, Novo Airão e Presidente Figueiredo foram os primeiros a atingir a meta.

Mais de cinco mil pessoas, entre profissionais de saúde e voluntários, foram mobilizadas em todo o Amazonas, no sábado (20), quando foi aberta oficialmente a segunda etapa da campanha. A abertura foi feita pelo ministro da Saúde, Saraiva Felipe, às 8h30, na Escola Municipal Maria Ferreira da Silva, zona Leste, onde estiveram também o governador Eduardo Braga, o prefeito Serafim Corrêa e os secretários de saúde Wilson Alecrim, do Estado, e Jesus Pinheiro, do município.

Saraiva Felipe veio a Manaus para uma série de ações na área de Saúde, incluindo a inauguração da segunda unidade do programa Farmácia Popular do Brasil, o anúncio do credenciamento do Hospital Francisca Mendes no SUS para procedimentos de Alta Complexidade em Cardiologia, e a assinatura de um convênio entre o Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia e o Hospital Adriano Jorge.

Durante a abertura da campanha de vacinação, o ministro destacou a importância de manter a cobertura vacinal em todo o país, para evitar a reintrodução do poliovirus e a ocorrência de novos casos de paralisia infantil. As campanhas de vacinação são realizadas há 25 anos e o último registro da doença no Brasil ocorreu em 1989. Em 1994 o país recebeu o Certificado de Erradicação da Poliomelite. “Temos um dos mais eficazes programas de imunização do mundo”, destacou, comparando os resultados nacionais com o de outros países. “Na Europa, por exemplo, o Certificado de erradicação só foi conquistado em 2002, oito anos depois do Brasil”.

Saraiva Felipe disse que os resultados obtidos pelo Amazonas na primeira etapa da campanha nacional de vacinação foram bons apesar de terem ficado abaixo das metas. “Isso ocorreu em quase todas as regiões do país. Mas temos certeza que alcançaremos a meta nesta segunda etapa”, disse. Em todo o Brasil foram montados 94 mil postos de vacinação, com o envolvimento de mais de 440 mil pessoas.

O ministro destacou que somente agregando os esforços dos governos municipais, estaduais e federal será possível obter resultados satisfatórios nesta e em outras ações de saúde.

Poliomielite – A poliomielite é conhecida há cerca de 3.000 anos. A doença, que matou e deixou seqüelas físicas em milhões de pessoas pôde ser controlada a partir da descoberta da primeira vacina, em 1955. Desde então, anos de luta se passaram para viabilizar sua erradicação. A poliomielite será a segunda enfermidade a ser erradicada no mundo, após a varíola, em 1979. O poliovírus ainda está presente, de forma endêmica, em vários países do continente Africano, Mediterrâneo e Ocidental.