FVS capacita para o combate a endemias

Um total de 135 agentes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa Saúde da Família concluíram na última sexta-feira a capacitação promovida pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) para a prevenção e combate à malária e dengue no município de Iranduba. Os agentes que irão atuar tanto na área urbana quanto na área rural do município, para coleta de sangue, análise de lâminas e orientação quanto ao tratamento das duas doenças. O município é o primeiro a participar do programa de capacitação que será levado a todo o interior do Estado, com o objetivo de reforçar as ações de controle de endemias no Amazonas. O segundo município contemplado é Rio Preto da Eva, cuja capacitação começa nesta quarta-feira (17/08).

Os 118 agentes de saúde que atuam na atenção básica de Iranduba, não trabalhavam diretamente no combate às endemias e foram capacitados para, junto com os 30 agentes de endemias, intensificar as ações de controle dos mosquitos transmissores da malária e da dengue. “Com essa capacitação nós aumentamos em mais de 300% o número de agentes e isso irá refletir nos resultados em um curto espaço de tempo”, disse a assessora técnica da FVS, Lubélia Sá Freire, que coordenou a capacitação em Iranduba.

Representantes da Fundação de Vigilância em Saúde passaram uma semana reunidos com os agentes de saúde fazendo um levantamento sobre a situação da malária e da dengue no município. Com base nos resultados foram traçadas as estratégias e ações de prevenção e combate aos vetores.

Além de coletar lâminas para diagnóstico de malária, os agentes serão responsáveis por levar o material até os laboratórios onde será feito o diagnóstico e retornar à casa do paciente em menos de 24h. Em caso de resultado positivo, o agente deverá levar também o remédio, com a orientação de como ele deverá ser utilizado.

Os agentes foram orientados a informar à população que quanto mais precoce o diagnóstico da malária menores os riscos de propagação da doença. “Assim que é iniciado o tratamento, a pessoa deixa de ser um transmissor em potencial do parasita. Um paciente com os sintomas poderá ser picado pelo mosquito e contaminar até 300 pessoas em menos de 12h”, alerta o diretor da Fundação de Vigilância em Saúde, Evandro Melo.

Os agentes que atuam na zona rural de Iranduba também receberam da Fundação de Vigilância em Saúde 20 bicicletas e oito barcos com motor, que serão utilizados para facilitar o acesso às comunidades mais distantes do município. “Esse transporte será de extrema importância, pois há comunidades distantes onde as únicas estradas são os rios e lagos”, enfatizou o secretário municipal de saúde de Iranduba, Valdino Alecrim.

Iranduba é hoje o terceiro município em produção anual de malária, ficando atrás apenas de Manaus e do Careiro. De janeiro a julho foram registrados 5.475 casos, com uma média de 40 casos por dia. A Secretaria Municipal de Saúde já implantou uma ação de atendimento 24h no Hospital Dona Cabocla, evitando que o paciente fique esperando pelo atendimento e que a doença se propague. Com o reforço dos agentes comunitários de saúde, a secretaria pretende reduzir os índices de endemias no município.