Susam intensifica o controle da dengue

Preocupada com a possibilidade de aumento no número de casos de dengue em Manaus no período de transição da estação chuvosa para a quente e com o aparecimento de casos de dengue do tipo 4 em países vizinhos, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) tem intensificado as ações de combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor. A Fundação de Vigilância em Saúde, responsável por essas ações, está trabalhando em todos os distritos da cidade, para esclarecer a população sobre os procedimentos que evitam a proliferação do mosquito.

De acordo com a Fundação, a dengue permanece sob controle no Estado, mas a maior preocupação é com a possibilidade de entrada do sorotipo 4, inexistente no Brasil, já em circulação na Venezuela. Segundo o diretor da FVS, Evandro Melo, como não há como controlar a ida e vinda de pessoas para os locais onde foi verificada a existência do vírus, a Vigilância mantém-se em alerta, realizando exames laboratoriais para identificar os tipos que estão causando a dengue.

Segundo o diretor, um novo sorotipo traz a possibilidade de epidemia da doença no Amazonas, como ocorreu nos anos de 1998 e 2001, quando houve o registro de 13,8 e 18,5 mil casos de dengue, respectivamente. Com um novo subtipo da doença, toda a população fica exposta ao risco da infecção. Evandro explica que ao desenvolver a dengue, o paciente adquire imunidade àquele tipo específico de vírus. “Quando entra em circulação um novo tipo, qualquer um pode desenvolver a dengue, se picado por mosquito contaminado”, alerta. Daí, segundo ele, a importância de reforço no controle do vetor com a participação da população.
Estudos da Susam mostram que 80% dos criadouros do mosquito da dengue estão nas residências e áreas próximas e que os locais preferidos para o desenvolvimento das larvas são itens do lixo doméstico como tampas de garrafa, casca de ovo, garrafas e latas, além dos vasos de planta, onde a água fica acumulada.

Os 450 agentes da Fundação de Vigilância, que trabalham especificamente no combate à dengue, estão indo de casa em casa, para abordagem dirigida ao controle do mosquito Aedes aegipty, e realizando outras ações de controle. Entre as áreas consideradas prioritárias estão as zonas Norte e Leste de Manaus, onde os números de casos são maiores. “O trabalho é diário, com aplicação de larvicida, destruição de criadouros e orientação para medidas de prevenção”, garante Evandro Melo.

O trabalho de orientação também é feito em parceria com as secretarias de educação para conscientização dos alunos. Os agentes de endemias trabalham nas escolas, realizando palestras e ensinando alunos e professores a eliminar criadouros. Outra atividade que a Fundação de Vigilância está utilizando para a estabilização da doença é a vigilância em pontos estratégicos, áreas que apresentam índices de infestação do mosquito maior que o normal e que podem representar perigo para a disseminação da doença. O controle nestas áreas é feito de forma sistemática.

Os primeiros casos de dengue no Amazonas foram registrados em 1998, com um total de 13.873 notificações. A maior epidemia da doença foi registrada em 2001, com a notificação de mais de 18 mil casos. Os primeiros registros de dengue hemorrágica também ocorreram em 2001, mas até o momento não houve nenhum caso de óbito. A dengue hemorrágica ocorre como uma manifestação exacerbada da doença, com sintomas que incluem sangramentos, principalmente nas gengivas e orifício nasal. No entanto vale ressaltar que apenas a presença do sangramento não caracteriza a dengue hemorrágica, que só é confirmada mediante a realização de exames laboratoriais que identificam o número de plaquetas e hemácias no sangue.

Cuidados

A transmissão de dengue só pode ser evitada com a prevenção, que deve ser feita combatendo-se os focos do Aedes aegypti, a partir da eliminação de objetos que possam transformar-se em criadouros, como pneus, garrafas e bacias que contenham água parada.

Vasos sanitários devem ser mantidos fechados e a água nos pratos de vasos de plantas não pode ficar acumulada. Vasilhames para água de animais domésticos devem ser lavados com bucha e sabão uma vez por semana. Ao trocar os garrafões de água, lavar bem os seus suportes. Pneus velhos devem ser entregues aos serviços de limpeza urbana e armazenados em lugar coberto. É recomendável que garrafas pet e de vidros que não estejam sendo usadas sejam descartadas.