Mutirão leva plástica reparadora a crianças

A Secretaria de Saúde do Estado (Susam) está realizando o terceiro mutirão de cirurgias plásticas em crianças vítimas de acidentes como queimaduras graves e perda do couro cabeludo e outras partes do corpo que podem ser recuperadas. As cirurgias, realizadas no Pronto Socorro da Criança da Zona Oeste, são exclusivamente reparadoras, com o objetivo de evitar seqüelas que possam prejudicar o desenvolvimento da criança.

Segundo a coordenadora do Departamento de Urgência e Emergência da Susam, a cirurgiã plástica, Moisa Bonfim Correa, o mutirão atende exclusivamente crianças acidentadas e que se encontram internadas em uma das unidades de saúde da rede pública. Os casos mais comuns, de acordo com ela, são de crianças vítimas com queimaduras médias ou graves que apresentam perda de tecidos e músculos. Há uma demanda considerável também de crianças com escalpe, ou seja, perda total ou parcial do couro cabeludo.

A coordenadora explica que nos mutirões a prioridade é recuperar defeitos causados por acidentes. “Claro que isso reflete na estética, mas nós não fazemos os procedimentos simplesmente para embelezar as pessoas”, diz.

O Pronto Socorro da Criança da Zona Oeste, localizado na avenida Brasil, Compensa, é a unidade hospitalar do sistema público estadual habilitada para a realização das cirurgias reparadoras. O Pronto Socorro foi escolhido por ser um dos mais novos da rede e por possuir um espaço físico adequado, podendo disponibilizar leitos exclusivos para a internação das crianças que passarão pelas cirurgias. Cada criança que precisa de cirurgia plástica reparadora passa por mais de um procedimento cirúrgico, ficando internada por um período mínimo de 20 dias.

As crianças também precisam ser acompanhadas por psicólogos, que se encarregam de trabalhar o lado emocional dos pacientes. Além disso, algumas precisam passar por sessões de fisioterapia.

Moisa Bonfim explica que estes mutirões estão atendendo as demandas mais urgentes de crianças acidentadas. Os mutirões foram a solução encontrada para oferecer tratamento adequado, evitando que os ferimentos cicatrizem com o tempo, criando lesões que pessoas pelo resto da vida. “Estamos evitando que as crianças fiquem com seqüelas”. Ela informa ainda que já há um projeto para a realização de mutirões de plásticas reparadoras para adultos, mas a data de início dos trabalhos ainda não está marcada.

O primeiro mutirão de plástica reparadora em crianças foi realizado em outubro de 2004 e o segundo, em março deste ano. Até o momento foram submetidas às cirurgias plásticas 28 criança menores de 15 anos, com um total de mais de 60 procedimentos. Os investimentos feitos pelo Governo do Estado foram de cerca de R$ 100 mil para estas duas etapas. Neste terceiro mutirão serão contempladas mais sete crianças.