Governo vai assumir a Santa Casa

O secretário de Saúde Wilson Alecrim afirmou neste sábado (14/05) que os compromissos assumidos pelo Governo do Estado com a Santa Casa estão mantidos e que os documentos que viabilizam a gestão da unidade pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) ficam prontos até a próxima sexta-feira. Alecrim, esteve reunido com cerca de 200 funcionários da instituição no auditório da Secretaria neste sábado (14/05), onde fez o anúncio e uma retrospectiva das negociações que vêm sendo mantidas com a instituição desde o início do ano. O secretário garantiu que o Governo vai assumir as dívidas da unidade e a gestão intergal da Santa Casa, onde devem ser feitas reformas, adequações e instalação de equipamentos para que volte a funcionar até o final do segundo semestre, para atendimento na área clínica e cirúrgica.

O secretário disse que os documentos legais para viabilizar a incorporação da Santa Casa à rede de unidades públicas do Estado são um contrato específico para tratar dos bens móveis e das dívidas que chegam a R$ 7 milhões, e um termo de comodato por meio do qual a Susam será responsável pela gestão do hospital pelo período de 15 anos.

Mesmo com o anúncio de posse de novos membros para os conselhos fiscal e administrativo e para a mesa administrativa da Santa Casa, Alecrim informa que não houve mudanças nos encaminhamentos, já que as propostas do Governo tiveram aprovação formal do atual Conselho. “No nosso ponto de vista, apresentamos a proposta mais viável para que o hospital volte a funcionar em sua plenitude, oferecendo serviços necessários à população e com qualidade”, voltou a afirmar.

O secretário apresentou aos servidores um resumo de todas as etapas de negociação entre o Estado e a Santa Casa, além do levantamento da situação física, funcional e financeira da Santa Casa de Misericórdia, realizado por uma Comissão da Susam no mês de fevereiro. No relatório, segundo o secretário, foram identificadas necessidades de obras para recuperação e adequação da atual estrutura, considerando as normas nacionais que regulamentam o funcionamento de unidades de saúde e a preservação do patrimônio histórico. Alecrim disse que, ao assumir a unidade, o Governo deve providenciar a aquisição de novos equipamentos e que devem ser totalmente reformuladas algumas áreas consideradas críticas, como laboratório, lavanderia, nutrição, central de gases e lixeira hospitalar, que precisam de investimentos tanto na área física quanto na de equipamentos.

De acordo com o que propõe o Estado, a Santa Casa deverá oferecer 203 leitos para internação clínica e cirúrgica e serviços inéditos como um Ambulatório de Média e Alta Complexidade para Atenção à Saúde da Mulher e um Pronto Socorro para Ginecologia e Obstetrícia. Também terão serviços específicos os pacientes da Terceira Idade.

Os servidores da Santa Casa informaram ao secretário, durante a reunião, que torcem pela conclusão das negociações com o Governo e que não concordam com o anúncio de reabertura do órgão na próxima segunda-feira. Eles anunciaram uma manifestação para esse dia a fim de impedir que isso ocorra. “Não recebemos salários há 11 meses e a estrutura do hospital é precária até mesmo para atendimentos de baixa complexidade. Não é verdade que a Santa Casa via reabrir”, garantiu o auxiliar administrativo, Ronaldo Balieiro.