Ações integradas para saúde na infância

Para isso, em 2004, a Susam elaborou um pacto para a redução dos índices atuais de mortalidade em todos os municípios amazonenses, em 15% até 2006 e em 75% até 2015, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.

No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, a cada 100 mil nascidos vivos no País, ocorrem 74,5 mortes de mulheres. No caso das crianças, a cada mil bebês que nascem 18,3 morrem nos primeiros 27 dias de vida. No Amazonas, em 2003, as taxas foram mais baixas que as nacionais. Em 100 mil nascidos vivos houve 73 mortes maternas. A taxa de mortalidade neonatal foi de 11,5 mortes por mil nascidos vivos, mais de 70% concentradas nos primeiros sete dias de vida. “Ações integradas estão garantindo a redução gradativa dos índices”, diz a secretária. Segundo ela, em 1994 a mortalidade neonatal era de 19,2 para 1 mil nascidos vivos.

A secretária disse que as principais causas de mortalidade materna são a não realização do pré-natal, o aborto, a gravidez na adolescência e complicações de doenças sexualmente transmissíveis. Ela apontou também a falta de planejamento familiar e problemas sócio-econômicos como fatores de impacto na Saúde. “Estamos considerando todas as variáveis envolvidas nos indicadores de mortalidade materna e neonatal, na capital e no interior, para garantir o alcance das metas”.

Segundo a secretária, uma série de ações já vêm sendo realizadas de forma articulada com o objetivo de ampliar o acesso aos serviços de saúde, humanizar o atendimento e aumentar a qualidade da assistência médico-hospitalar. “Melhoramos a estrutura, inaugurando desde o ano passado 12 unidades novas no interior e duas maternidades na capital, com tratamento intensivo, modernização e ampliação do número de leitos. Segundo ela, na capital, houve o incremento de 146 leitos com a inauguração da Azilda Marreiro e da Ana Braga, além da criação de uma UTI materna na Balbina Mestrinho, 18 leitos de UCI neonatal e outros 10 de UTI neonatal.

Leny Passos também destacou que tanto na capital quanto no interior o Governo está incentivando a atuação mais efetiva do Programa Saúde da Família (PSF) e unidades básicas, onde devem ser realizadas as ações de prevenção e promoção à saúde”. Leny diz que é na atenção básica que 80% dos problemas relacionados à gravidez podem ser evitados ou diagnosticados precocemente.

Ela citou que as propostas da Susam para o Plano Estadual de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal incluem o treinamento 100% das parteiras em atividade no interior, a adesão de todos os municípios ao Programa de Humanização do Parto e Nascimento e o credenciamento das maternidades estaduais e municipais no programa Iniciativa Hospital Amigo da Criança, com a implantação dos dez passos da qualidade estabelecidos pelo Unicef e Ministério da Saúde. Segundo a secretária, em Manaus, a Maternidade Alvorada já conquistou o título e as outras quatro estaduais encontram-se em fase de credenciamento no programa.

Leny Passos também destaca a ampliação do incentivo ao aleitamento materno, envolvendo Caics, Centros de Saúde, SPAs, hospitais e equipes do programa Saúde da Família e a prevenção da gravidez na adolescência. O método Mãe Canguru, já adotado pela Secretaria, deve ser ampliado para outras maternidades, assim como o programa Primeira Semana:Saúde Integral, onde são desenvolvidas ações básicas de cuidado ao recém-nascido e à mãe, dentre elas a aplicação de vacinas e o teste do pezinho.

PROJETO NASCER PREVINE HIV/AIDS EM BEBÊS NO AMAZONAS

Também como medida de prevenção à mortalidade infantil e aumento da qualidade de vida, a Susam está implementando no Amazonas o Projeto Nascer, voltado para a assistência de gestantes e bebês expostos ao HIV/Aids. O projeto foi criado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reduzir a transmissão vertical do vírus (de mãe para filho), por meio de medidas que incluem o uso de medicamentos durante toda a gravidez, cuidados especiais no momento do parto e acompanhamento sistemático do bebê até os dois anos de idade.

O Projeto prevê, ainda, a realização de um teste rápido para detecção do HIV em todas as mulheres que não fizeram estes exames no pré-natal. Em caso positivo, a maternidade providencia o tratamento imediato com anti-retrovirais para a mãe e o recém-nascido. O bebê, ao nascer, passa a tomar AZT em forma de xarope e recebe acompanhamento médico e laboratorial, e tratamento preventivo até os dois anos de idade, quando os exames podem confirmar definitivamente se a criança é ou não portadora do HIV. As medidas já são utilizadas pela rede pública do Estado, mas serão implementadas nas maternidades estaduais na capital e chegarão, durante a primeira fase, também a cinco municípios pólo do interior: Tabatinga, Humaitá, Tefé, Manacapuru e Parintins.

Dados nacionais mostram que cerca de 70% a 80% dos filhos de mães soropositivas adquirem o vírus caso não tenham acesso ao diagnóstico precoce e quimioprofilaxia específica. Esta forma de transmissão representou, em 2003, 13,9% do total de novos casos registrados no Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids (SAE) no Amazonas.

AÇÕES PARA A REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL

* Vigilância da mortalidade materna e neonatal;
* Melhoria da assistência ao parto domiciliar;
* Implementação do Programa de Humanização do Parto e Nascimento;
* Credenciamento de todas as maternidades na Iniciativa Hospital Amigo da Criança;
* Prevenção da gravidez na adolescência;
* Planejamento Familiar;
* Implementação do Método Mãe Canguru e programa Primeira Semana: Saúde Integral

TAXAS DE MORTALIDADE

Materna (gravidez, parto ou aborto) – por 100 mil nascidos vivos Brasil 74,5 Amazonas 73
Neonatal (até os 27 dias de vida) – por 1 mil nascidos vivos Brasil 18,3 Amazonas 12,5

Metas de Redução
Até 2006 15%
Até 2015 75%

Nascimentos no Amazonas
2003 – 70.591
2004 – 46.221